PARÂMETROS LABORATORIAIS DE CÃES NATURALMENTE INFECTADOS POR LEISHMANIA INFANTUM: REVISÃO SISTEMÁTICA DE ESTUDOS SOBRE CASOS SUBCLÍNICOS E CLÍNICOS EM DIFERENTES REGIÕES BRASILEIRAS
SAIAKA INGRID PARENTE ROCHA1, CATHARINA RIBEIRO DE FARIAS1, JESSICA REIS DE SOUZA1, RAPHAEL BERMAL COSTA1, DANIELA FARIAS LARANGEIRA1, STELLA MARIA BARROUIN-MELO1, FLAVIANE ALVES DE PINHO1
1. LIVE-HOSPMEV-UFBA - Laboratório de Infectologia Veterinária, Hospital de Medicina Veterinária, Universidade Federal da Bahia, 2. EMEVZ-UFBA - Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal da Bahia
catharinarfarias@hotmail.com

Na leishmaniose visceral canina, a quantificação dos linfócitos T CD4 + e T CD8 + , em sangue periférico serve como parâmetro para avaliação da resposta imunológica de cães submetidos a diferentes protocolos terapêuticos. Com base nisso, foram avaliados esses fenótipos celulares, antes e  30 dias de tratamento, de três cães com LV, atendidos nos Hospital-Escola de Medicina Veterinária da Universidade Federal da Bahia. Foram realizados exames de patologia clínica, ultrassonografia e quantificação de linfócitos T CD4 + e T CD8 + . Os cães infectados foram tratados com associação de metronidazol e cetoconazol, e como manutenção alopurinol, conforme a literatura. Caso 1: cão, macho, American Bully, 2 anos, apresentava ulcerações de pele, alopecia, perda de peso, mucosas hipercoradas, febre, aumento de creatinina sérica, esplenomegalia, porcentagem de células T CD4 + (8,32%) e CD8 + (1,71%) reduzida.  Após o tratamento, o animal apresentou outras alterações como onicogrifose, trombocitopenia, hiperproteinemia, hiperalbuminemia, e uma redução mais acentuada de células T CD4 + (0,63%) e CD8 + (0,16%). Caso 2: cadela, fêmea, Dachshund, 3 anos, apresentava descamação na pele, linfadenomegalia e oftalmopatia, anemia, hiperproteinemia, hipoalbuminemia, hiperglobulinemia, esplenomegalia, e porcentagem de células T CD4 + (7,96%) e CD8 + (4,24%) reduzida.  Após o tratamento, o animal não apresentou mudanças no perfil clínico-laboratorial, exceto, uma redução de células T CD4 + (2,04%) e CD8 + (1,1%). Caso 3: cadela, fêmea, Pug, 5 anos, apresentava onicogrifose, linfadenomegalia e oftalmopatia, anemia, hiperproteinemina, hipoalbuminemia, hiperglobulinemia, esplenomegalia, e diminuição de células T CD4 + (4,41%) e CD8 + (2,84%). Após o tratamento, o animal não teve melhora dos sinais clínicos e parâmetros laboratoriais. Entretanto, teve redução acentuada de células T CD4 + (0,23%) e CD8 + (0,23%). O perfil imunológico revelou que antes do tratamento, os cães tinham redução média de 42,3% e 16,1% de células CD4 + e CD8 + , respectivamente, quando comparados ao valor de referência que é em média 56,3% de CD4 + e 21,55% de CD8 + , dos linfócitos totais. Após um mês de tratamento, os animais não alcançaram os valores médios de normalidade de CD4 + e CD8 + em sangue periférico, provavelmente, por ter sido quantificado em uma fase precoce pós-tratamento que ainda não reflete a recuperação do sistema imune, e nesse momento, as células podem ser recrutadas para os órgãos linfoides afetados pela infecção.



Palavras-chaves:  leishmaniose viscera, cão, aspectos clinicos, laboratoriais