INCIDÊNCIA DE TRANSTORNOS DE ANSIEDADE EM PACIENTES HIV+ SUGERIDOS PELA ESCALA HOSPITALAR DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO (HAD) EM DOIS CENTROS DE SAÚDE DE SÃO LUÍS, MARANHÃO. |
Ansiedade é um sentimento vago e desagradável de medo, apreensão, caracterizado por tensão ou desconforto derivado de antecipação de perigo, de algo desconhecido ou estranho e passa a ser reconhecidos como patológicos quando são exagerados, desproporcionais em relação ao estímulo, ou qualitativamente diversos do que se observa como norma naquela faixa etária e interferem com a qualidade de vida, o conforto emocional ou o desempenho diário do indivíduo. A prevalência dos transtornos psíquicos, em especial a ansiedade, em pacientes HIV+ é sabidamente maior do que na população em geral, as circunstâncias que vêm com o diagnóstico, como a rejeição social, a perda de emprego, o preconceito, o afastamento dos amigos e a própria reação ao diagnóstico, como o medo de morrer, podem fazer com que a pessoa desenvolva um quadro de ansiedade. Alguns estudos sugerem uma possível relação entre a existência de transtornos de ansiedade e o nível de adesão dos indivíduos à TARV. Desse modo, a triagem de todos os pacientes HIV+ seria uma medida válida para a detecção precoce de possíveis transtornos mentais, oferecendo, assim, melhor qualidade de vida a esses indivíduos tanto no âmbito de saúde mental como, por consequência, pelos benefícios adquiridos através de uma adesão eficaz. Este estudo visa investigar a relação existente entre o conhecimento da infecção pelo vírus HIV e a saúde mental dos pacientes tratados em regime ambulatorial em duas instituições da cidade de São Luís-MA, a partir da análise da prevalência de sinais e sintomas indicativos de ansiedade determinados pelo instrumento HADS (Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão), quando comparado aos demais usuários dos mesmos serviços de saúde. Ao todo, foram entrevistados 80 pacientes, metade dos quais HIV+. O diagnóstico tido como provável ou possível pela HADS, em paciente HIV+ é, respectivamente, 20% e 30% para quadro de transtorno de ansiedade. Em paciente HIV-, os números são de 35% e 17,5% respectivamente para diagnósticos prováveis ou possíveis. O sexo masculino tem scores médios de ansiedade menores que o feminino tanto nos pacientes HIV+ como nos HIV- e também quando avaliado todos os pacientes que comporam a amostra de estudo. Há, portanto, a necessidade de suscitar a reflexão dos gestores de saúde sobre o assunto, a fim de melhorar a adesão ao tratamento, a sobrevida de tal população, e diminuir o risco da transmissibilidade do HIV, validando essa discussão e beneficiando a sociedade como um todo. |