EFEITO DE ALIMENTOS ALTERNATIVOS AO SANGUE NA BIOLOGIA REPRODUTIVA DE Anopheles darlingi (DIPTERA: CULICIDAE)
GLAUCILENE DA SILVA COSTA 1, ALYNE CUNHA ALVES DIAS 1, MORENO MAGALHÃES SOUZA RODRIGUES1, ALEXANDRE DE ALMEIDA E SILVA1
1. PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA EXPERIMENTAL - PGBIOEXP, UNIR, 2. LABORATÓRIO DE BIOECOLOGIA DE INSETOS - LaBEIn, 3. CENTRO DE PESQUISAS GONÇALO MONIZ - CPqGM
glaucilene.gsc@gmail.com

Anopheles darlingi é o principal vetor de malária na Amazônia, e necessita de sangue para completar seu ciclo gonotrófico. A utilização do sangue para experimentos apresenta alguns obstáculos e uma dieta artificial que suporte a produção de ovos e larvas pode resolver esse problema. Dessa forma, o objetivo do trabalho foi avaliar o efeito de alimentos alternativos ao sangue humano para An. darlingi. Foram testadas diferentes formulações: sacarose 10% e albumina sérica bovina ( BSA ) nas concentrações 200mg/mL e 400mg/mL; sacarose 10%+sais e BSA nas concentrações 200mg/mL e 400mg/mL. Sacarose 10% foi utilizada como controle negativo e sangue humano como positivo. Avaliou-se o efeito desses alimentos no (i) número de mosquitos ingurgitados;(ii) sobrevivência até a oviposição; (iii) proporção de mosquitos que ovipuseram; (iv) número médio de ovos e (v) quantidade de larvas por fêmea. Os experimentos foram realizados em 6 dias com 210 mosquitos e 21 gaiolas. Foi observado que quando ofertado sangue 79.7% dos mosquitos ingurgitaram, nos demais grupos a proporção de mosquitos ingurgitados ficou entre 99-100%. A sobrevivência das fêmeas até a oviposição não foi afetada (p>0,05) pelos tratamentos. Houve uma maior proporção de mosquitos que ovipuseram no tratamento controle (sangue) em relação aos demais alimentos. Fêmeas alimentadas com BSA 200+sais tiveram uma proporção de oviposição de 53,6%, seguido por BSA 200 com 47,8%, BSA 400+sais com 41% e BSA 400 com 37,4%. O número médio de ovos foi de 113,5 nas fêmeas alimentadas com sangue, sendo maior em relação aos demais tratamentos, exceto de BSA 400 (p<0.05). Para os mosquitos alimentados com BSA 400 a média foi de 95,2 e nos demais alimentos alternativos foi de 88,4 em BSA 200, 75,8 em BSA 200+sais e 91 em BSA 400+sais. As fêmeas alimentadas com sangue produziram uma média de 87 larvas, que foi cerca de 4,5 vezes maior em relação aos alimentos alternativos (p<0,05) que variou entre 2 a 39 larvas. Os alimentos alternativos ao sangue utilizados funcionam, isso foi comprovado pela alta taxa de ingurgitamento, proporção de sobrevivência nos tratamentos e as médias de ovos obtidos de mosquitos alimentados com BSA , que foram similares aos mosquitos alimentados com sangue, porém, não obtivemos resultados satisfatórios com a eclosão larval, mostrando que os tratamentos alternativos são promissores mas precisam ser aprimorados.



Palavras-chaves:  Malária, Alimentos alternativos, Soro Albumina Bovino (BSA), mosquitos, vetor