DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS NA PORTA DE ENTRADA DO SISTEMA PRISIONAL DO RIO GRANDE DO SUL |
Introdução: A População Privada de Liberdade (PPL) apresenta maior vulnerabilidade às doenças infectocontagiosas, entre elas HIV/AIDS, sífilis, hepatites virais e tuberculose. A Política Nacional de atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP) define as unidades de saúde prisionais como “Portas de Entrada” e “Pontos de Atenção” das redes de atenção à saúde. Objetivo: Verificar a realização de testagem para doenças infectocontagiosas na porta de entrada do sistema prisional do Rio Grande do Sul. Desenho do estudo: estudo transversal. Métodos: A pesquisa utilizou um questionário eletrônico, na plataforma Lime Survey , enviado por e-mail às 29 equipes de saúde prisional do Rio Grande do Sul.Os dados solicitados referiam-se ao ano de 2017. A tabulação e análise dos dados foram realizadas no software SPSS (v. 23.0), com valores expressos em números absolutos e percentuais. Resultados: Participaram do estudo 14 (48,3%) Equipes de Saúde Prisional, das quais 8 (57,1%) realizam a testagem rápida (TR) para HIV, sífilis e hepatites B e C na porta de entrada do sistema prisional, no período de 3 a 30 dias após o ingresso do preso na instituição. Três equipes (21,4%) questionam o preso sobre a presença de tosse no momento do ingresso. A PPL nestas instituições soma 4553 pessoas, das quais 3790 (83,2%) são homens e 763 (16,8%) são mulheres. Foram realizadas 865 baciloscopias, 458 culturas de escarro e diagnosticados 147 (3,2%) casos de tuberculose no período avaliado.As equipes avaliadas informam que todos os suspeitos tem acesso ao exame de Raio X. Foram realizados 1437 TR para HIV, dos quais 28 (1,9%) tiveram resultado positivo; 1157 TR para sífilis, dos quais 178 (15,4%) tiveram resultado positivo; 984 TR para hepatite B, dos quais 5 (0,5%) tiveram resultado positivo; e 795 TR para hepatite C, dos quais 16 (2%) tiveram resultado positivo. Discussão: As equipes de saúde prisional apresentam resultado insatisfatórios no diagnóstico das doenças infectocontagiosas na porta de entrada do sistema prisional. As dificuldades relatadas referem-se às questões de segurança, espaço físico e recursos humanos insuficientes. Conclusão: A testagem rápida na porta de entrada está aquém do esperado e as doenças infectocontagiosas apresentam altas incidências, com destaque para sífilis e tuberculose. |