DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS NA PORTA DE ENTRADA DO SISTEMA PRISIONAL DO RIO GRANDE DO SUL
ELISÂNGELA LUZIA DOS SANTOS 1, KARINE ZENATTI ELY1, DANDÁRA FANFA1, RENATA MARIA DOTTA1, CARLA ADRIANE JARCZEWSKI1, LIA GONÇALVES POSSUELO1
1. UNISC - Universidade de Santa Cruz do Sul, 2. DAS-SES/RS - Departamento de Ações em Saúde do Estado do Rio Grande do Sul, 3. DVE - CEVS - Programa Estadual de Controle da Tuberculose
elisangelasant2015@gmail.com

Introdução:  A População Privada de Liberdade (PPL) apresenta maior vulnerabilidade às doenças infectocontagiosas, entre elas HIV/AIDS, sífilis, hepatites virais e tuberculose. A Política Nacional de atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP) define as unidades de saúde prisionais como “Portas de Entrada” e “Pontos de Atenção” das redes de atenção à saúde. Objetivo:  Verificar a realização de testagem para doenças infectocontagiosas na porta de entrada do sistema prisional do Rio Grande do Sul. Desenho do estudo: estudo transversal. Métodos:  A pesquisa utilizou um questionário eletrônico, na plataforma Lime Survey , enviado por e-mail às 29 equipes de saúde prisional do Rio Grande do Sul.Os dados solicitados referiam-se ao ano de 2017. A tabulação e análise dos dados foram realizadas no software SPSS (v. 23.0), com valores expressos em números absolutos e percentuais. Resultados: Participaram do estudo 14 (48,3%) Equipes de Saúde Prisional, das quais 8 (57,1%) realizam a testagem rápida (TR) para HIV, sífilis e hepatites B e C na porta de entrada do sistema prisional, no período de 3 a 30 dias após o ingresso do preso na instituição. Três equipes (21,4%) questionam o preso sobre a presença de tosse no momento do ingresso. A PPL nestas instituições soma 4553 pessoas, das quais 3790 (83,2%) são homens e 763 (16,8%) são mulheres. Foram realizadas 865 baciloscopias, 458 culturas de escarro e diagnosticados 147 (3,2%) casos de tuberculose no período avaliado.As equipes avaliadas informam que todos os suspeitos tem acesso ao exame de Raio X. Foram realizados 1437 TR para HIV, dos quais 28 (1,9%) tiveram resultado positivo; 1157 TR para sífilis, dos quais 178 (15,4%) tiveram resultado positivo; 984 TR para hepatite B, dos quais 5 (0,5%) tiveram resultado positivo; e 795 TR para hepatite C, dos quais 16 (2%) tiveram resultado positivo. Discussão: As equipes de saúde prisional apresentam resultado insatisfatórios no diagnóstico das doenças infectocontagiosas na porta de entrada do sistema prisional. As dificuldades relatadas referem-se às questões de segurança, espaço físico e recursos humanos insuficientes. Conclusão:  A testagem rápida na porta de entrada está aquém do esperado e as doenças infectocontagiosas apresentam altas incidências, com destaque para sífilis e tuberculose.



Palavras-chaves:  Doenças Transmissíveis, Prisões, Saúde Prisional