DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO E CONTROLE DA TUBERCULOSE NAS EQUIPES DE SAÚDE PRISIONAL DO RIO GRANDE DO SUL:AÇÕES REALIZADAS
KARINE ELY1, ELISÂNGELA LUZIA DOS SANTOS 1, DANDARA FANFA1, CARLA JARCZEWSKI1, RENATA DOTTA1, LIA POSSUELO1
1. UNISC - Universidade de Santa Cruz do Sul, 2. SES- RS - SECRETARIA ESTADUAL DE SAUDE DO RIO GRANDE DO SUL
LIAPOSSUELO@UNISC.BR

 

Introdução: O diagnóstico, tratamento e controle da tuberculose contemplam estratégias específicas para as populações com maior vulnerabilidade à doença, como a População Privada de Liberdade (PPL). No Brasil, Equipes de Atenção Básica Prisional (EABp), estão previstas na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP) para garantir o direito à saúde da PPL. Objetivo: identificar ações de controle da Tuberculose realizadas pelas EABp no Rio Grande do Sul. Desenho do estudo: estudo transversal. Métodos: a pesquisa utilizou um questionário eletrônico, na plataforma Lime Survey , enviado por e-mail às 29 EABp do Rio Grande do Sul, referente ao ano de 2017. A tabulação e análise dos dados foram realizadas no software SPSS (v. 23.0), com valores expressos em números absolutos e percentuais. Resultados: Participaram do estudo 14 (48,3%) EABp, que atendem 4553 pessoas, das quais 3790 (83,2%) são homens e 763 (16,8%) são mulheres. Foram triados para tuberculose 928 (20,4%) apenados, 852 (18,7%) foram identificados como sintomáticos respiratórios, 865 (19%) realizaram baciloscopia, 458 (10%) realizaram cultura de escarro e 25 (0,5%) realizaram teste de sensibilidade, 211 (4,6%) realizaram teste rápido para tuberculose e 147 (3,2%) foram diagnosticados com tuberculose.As equipes referem que todos os presos com suspeita de tuberculose têm acesso ao exame de Raio X. Entre os casos de tuberculose identificados, 119 (80%) foram testados para HIV, 14 (9,5%) apresentavam coinfecção TB/HIV, 6 (4%) tuberculose multidrogarresistente. Sobre o tratamento, 130 (88,4%) realizaram Tratamento Diretamente Observado (TDO) e 99 (67,3%) tiveram alta por cura e 1 (0,6%) óbito por tuberculose. Três equipes (21,4%) questionam o preso sobre a presença de tosse no momento do ingresso. Discussão: O Ministério da Saúde tem como meta: testar 100% dos casos de tuberculose para HIV, realizar cultura de escarro sempre que for solicitado baciloscopia para PPL, realizar TDO em 100% dos casos de tuberculose em populações vulneráveis e curar 80% dos casos de tuberculose. Conclusão: As EABp necessitam de capacitação constante e educação permanente em serviço para atingir as metas de diagnóstico, tratamento e controle da tuberculose descritas no PNAISP.O desenvolvimento de um sistema estadual de monitoramento e avaliação das ações realizadas pelas EABp é de fundamental importância para acompanhamento das atividades realizadas.

 

 



Palavras-chaves:  Tuberculose, Prisões, Saúde Pública