CARACTERIZAÇÃO DE RESISTÊNCIA E VIRULÊNCIA EM SALMONELLA ENTERITIDIS, TYPHYMURIUM E HEIDELBERG EM NOSSO MEIO. |
Entre os agentes etiológicos envolvidos em doenças de transmissão alimentar, a ubiquidade global de Salmonella spp., sua transmissão e patogênese representam um relevante problema de saúde pública no contexto de segurança alimentar. Este trabalho teve como objetivo avaliar 20 cepas de Salmonella Enteritidis, Typhimurium e Heidelberg com resistência e/ou susceptibilidade intermediaria as Quinolonas/fluoroquinolonas e as cefalosporinas de 2ª e 3ª gerações destinadas ao Laboratório de Referência Nacional de Enteroinfecções Bacterianas (LRNEB/IOC/FIO-CRUZ), para complementação diagnóstica no período de 2013 à 2015, quanto a presença dos genes relacionados a resistência à estas classes de antimicrobianos, assim como avaliar a presença de genes de virulência. Estas cepas foram submetidas a confirmação do perfil bioquímico, caracterização antigênica através de soro aglutinação rápida em lâmina e ao teste de susceptibilidade aos antimicrobianos (TSA) por disco difusão, realizado segundo parâmetros estipulados pelo Clinical and Laboratory Standards Institute - CLSI (2015). Para detecção das características genotípicas de resistência e virulência foi realizado a técnica de Reação em Cadeia de Polimerase (PCR) para avaliar a presença ou não dos genes bla CTX-M , bla CMY , aac (6’)-Ib, integrase e integron, além de avaliar a Ilha de Patogenicidade de Salmonela (SPI) através da detecção dos genes spv C, phop Q, sly A, org A, mgt C, inv EA, snt . No cômputo geral, das 20 cepas avaliadas 20% apresentaram resistência a Ciprofloxacina e a Ceftazidima e 10% Cefoxitina. Das cepas resistentes as cefalosporinas 5% foram positivas para o gene bla CMY , 35% foram positivas para a integrase e 15% integron. Em relação a detecção dos genes de virulência 100% das cepas foram positivas para o gene phop Q; 85% para os genes org A, mgt C e sly A; 80% para os genes inv EA e snt e 20% para o gene spv C. O uso abusivo de antimicrobiano tanto na medicina veterinária quanto na medicina humana por muitos anos tem causado grande impacto na saúde pública, já que os microrganismos patogênicos são extremamente dinâmicos e constantemente alteram seu fenótipo como mecanismo de adaptação às mudanças do meio ambiente. A maioria das cepas apresentaram alta positividade para os genes de virulência, sendo que 70% delas apresentaram seis genes ao mesmo tempo. Esses dados demostram o potencial patogênico dos sorovares, que consequentemente caracterizam um desafio à saúde pública. |