INTERLEUCINAS E O MECANISMO DOS ANTIRRETROVIRAIS NA OCORRÊNCIA DE TIREOIDITES AUTOIMUNES EM PACIENTES PORTADORES DO VÍRUS HIV
LUANA MARIA NOGUEIRA BEZERRA TAVARES 1, JOSÉ ESPÍNOLA DA SILVA NETO1, ARNALDO ALVES DE MENDONÇA1, BRUNA HOLANDA CARVALHO GALVÃO1, CARLOS ALBERTO DE LIMA JUNIOR1, CLECIA NUNES BEZERRA1, IAN BARBOSA MOTA1, JÚLIA LOPES DE CASTRO1, KAMILA MARIA QUIXADÁ LIRA1, LAIZ MARIA MEDEIROS LINS1, LÍVIA GOMES RIBEIRO1, MONIQUE VIVIANE GALVÃO ALBUQUERQUE1, MÚCIO LINS CAVALCANTI1, THAIS FERREIRA GÊDA1
1. UNIT/AL - Centro Universitário Tiradentes, 2. UFAL - Universidade Federal de Alagoas, 3. UNCISAL - Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, 4. CESMAC - Centro Universitário Cesmac
llu_nogueira@hotmail.com

Estudos apontam que 1 a 2% dos infectados pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) apresentam disfunção clínica e 35% alterações subclínicas da tireoide. Sua fisiopatologia ainda não é clara, mas destaca-se a investigação da elevação da Interleucina 6 (IL-6) – citocina pró-inflamatória na patogênese do HIV – que favorece o aparecimento dos casos. Além disso, são reportados diagnósticos de Tireoidites Autoimunes (TA) em pacientes após uso de Terapia Antirretroviral (TARV), em face da redução da carga viral e aumento dos linfócitos T CD4, fator predisponente das respostas imunes disseminadas. Objetivou-se relacionar a IL-6 e o uso da TARV na ocorrência de TA em pacientes portadores do vírus HIV . Trata-se de um estudo quantitativo secundário descritivo do tipo revisão de literatura integrativa, realizado em buscas nas bases de dados Pubmed, Lilacs e Scielo. Em virtude disso, utilizou-se as palavras-chave “interleucinas”, “tireoidite” e “HIV” nas bases descritas. Filtrou-se os artigos encontrados de acordo com o ano de sua publicação (últimos 10 anos), e o conteúdo de seu resumo, sendo utilizados 6 artigos, buscou-se o comparativo que define a ligação entre o HIV e as TA. Dessa forma, notou-se elevado nível plasmático de IL-6 nos pacientes HIV+, e se associados ao uso da TARV, há o aumento em 50% comparado à população em geral. Sua expressão em tecidos tireoidianos consta na literatura, em casos de Tireoidite de Hashimoto, como sinalizador de progressão da doença. O hipotireoidismo subclínico é o mais freqüente, com níveis de 12,2% após uso de TARV, e cerca de 2 a 5% evolui para o tipo clínico. Ademais, a TARV favorece a hipercolesterolemia, outro preditor de tireoidites. O hipertireoidismo incide em menos de 2% no HIV+, principalmente na Doença de Graves – possível manifestação tardia da Síndrome Inflamatória de Reconstituição Autoimune (SIRI). Entende-se que o aumento súbito das células CD4+ em função da TARV, induz o aumento dos anticorpos antitireoperoxidase e anti-receptores de TSH. Por fim, confirma-se a relação positiva entre a TARV, a elevação de níveis séricos de IL-6 e a TA. Assim, a dosagem de IL-6 livre pode ser um bom preditor destas condições durante o tratamento antirretroviral. Ademais, visto que a TA pode manifestar-se como uma complicação da restauração imune no TARV, os profissionais médicos devem estar atentos a essa associação e considerar o diagnóstico de tireoidite em pacientes com clínica sugestiva.



Palavras-chaves:  Interleucina-6, Síndrome de Imunodeficiência Adquirida, Terapia Antirretroviral, Tireoidite autoimune