SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE ASSOCIADA A INFECÇÃO PELO METAPNEUMOVÍRUS HUMANO E VÍRUS SINCICIAL RESPIRATÓRIO HUMANO EM GOIÂNIA, GOIÁS
DIVÂNIA DIAS DA SILVA FRANÇA1, ADRIANA MAGALHÃES DA SILVA 1, SHEILA ARRUDA SANTOS ARAÚJO1, LUIZ HENRIQUE DE ALMEIDA SILVA1, LEANDRO NASCIMENTO DA SILVA1, LAURA BRANQUINHO DO NASCIMENTO1, FLUVIA PEREIRA AMORIM DA SILVA1
1. SMS GOIÂNIA - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE GOIÂNIA- GO, 2. LACEN GO - LABORATÓRIO ESTADUAL DE SAÚDE PÚBLICA DR. GIOVANNI CYSNEIROS, 3. UFG-GO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
adrianamagalhaes202@gmail.com

As infecções respiratórias agudas (IRA) estão relacionadas a elevadas taxas de morbimortalidade em todo o mundo, sendo que, algumas podem resultar em Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). O vírus sincicial respiratório humano (VSRh) e o metapneumovírus humano (MPVh) são os principais agentes etiológicos identificados nas IRA e eventualmente podem desencadear casos graves. O objetivo do presente estudo foi investigar a ocorrência da infecção por MPVh e VSRh, bem como descrever as características epidemiológicas e clínicas dos indivíduos com SRAG por essas etiologias em Goiânia, Goiás. Trata-se de um estudo observacional, descritivo, de corte transversal, obtidos através de dados secundários do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) Influenza Web. Foram incluídos no estudo todos os pacientes residentes em Goiânia-GO, notificados com suspeita de SRAG, no período de janeiro de 2017 a maio de 2018, com resultado de RT-PCR detectável. O período utilizado para análise correspondeu ao marco da introdução da vigilância ampliada através da técnica de PCR para detecção de outros vírus respiratórios pelo LACEN Goiás. Os dados foram analisados utilizando o pacote estatístico SPSS, versão 22.0. No período analisado, 156 (23,8%) casos foram classificados como SRAG por outros vírus respiratórios, sendo que 95 (60,8%) e 48 (30,7%) com positividade para VSRh e MPVh, respectivamente. Quanto à sazonalidade, houve predominância no final de outono e início do inverno, mais acentuada para o VSRh. A síndrome foi mais frequente em indivíduos do sexo feminino (56,6%) e as faixas etárias mais acometidas incluíram os menores de 5 anos (81,0%) pelo VSRh e os maiores de 60 anos (31,2%) pelo MPVh. A tríade febre (88,8%), tosse (99,3%) e alterações no padrão respiratório (100,0%) foram evidenciadas, porém, cabe ressaltar que cerca de 10,0% negaram febre. Um terço relatou alguma comorbidade, sendo a cardiopatia (11,2%) e pneumopatia (10,5%) as mais frequentes. Quase 58,0% necessitaram de suporte ventilatório, dos quais 43,4% foi invasivo. Internação em unidade de terapia intensiva foi indicada para 36 (25,2%) pacientes. Houve registro de oito (5,6%) óbitos com essas etiologias, sendo que o MPVh foi responsável por 4,2% dessas. Os achados desse estudo ratificam que o monitoramento e a vigilância da SRAG causada pelos vírus influenza like são importantes para planejamento e implantação de políticas eficientes de prevenção, às doenças respiratórias de padrão infeccioso.



Palavras-chaves:  SRAG, VÍRUS RESPIRATÓRIOS, VÍRUS SINCICIAL RESPIRATÓRIO HUMANO, METAPNEUMOVÍRUS HUMANO, EPIDEMIOLOGIA