INTERVENÇÃO ECO-BIO-SOCIAL PARA O CONTROLE DE DENGUE, ZIKA E CHIKUNGUNYA: LIÇÕES APRENDIDAS
CYNTIA MONTEIRO VASCONCELOS 1,2, ANDREA CAPRARA1,2
1. UECE - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ, 2. UNINTA - CENTRO UNIVERSITÁRIO INTA
cyntiamvasconcelos@gmail.com

Introdução: O Brasil tem enfrentado epidemias transmitidas pelo vetor Aedes aegypti. Esse contexto sustenta e reforça a necessidade de reavaliar as estratégias de controle dos vetores, em busca de intervenções mais resolutivas em relação às arboviroses. Objetivo: O presente artigo tem como objetivo analisar as abordagens eco-bio-sociais realizadas no contexto brasileiro em Fortaleza-CE, em Belo Horizonte-MG e Goiânia-GO de 2013 a 2016 e compreender os aspectos facilitadores e limitantes para a viabilidade e efetividade dessas intervenções. Métodos: Trata-se de um estudo de análise dos ensaios clínicos na comunidade realizados a partir das intervenções brasileiras sob a perspectiva quanti-qualitativa. Resultados: A narrativa dos sujeitos envolvidos ecoa na reflexão de que o modelo tradicional de controle do Aedes estabelece uma precarização do trabalho do agente de endemias, de forma a conformar uma ‘distância’ entre comunidade e as ações de controle. As abordagens revelaram mudanças significativas em relação aos índices entomológicos e indicadores de morbidade, mas apresentavam-se heterogêneas de acordo com as localidades e componentes de intervenções realizadas. Discussão: Para alguns autores, o trabalho tradicional criou um cenário em que “ os moradores ficam à espera de uma ação do agente de saúde para realizar atividades que poderiam ser incorporadas em sua rotina doméstica", a abordagem eco-bio-social pretende mudar esse processo de trabalho e aliar-se a noção mais próxima com a educação na relação saúde-ambiente. Conclusão: Portanto, foi possível observar que  a abordagem eco-bio-social, nesse panorama, incorpora alternativas que favoreçam à construção de relações mais positivas entre saúde e ambiente e entre os diferentes atores sociais envolvidos, ainda que se observam fragilidades político-administrativas, precariedades para o trabalhador e manutenção dos determinantes macrossociais.



Palavras-chaves:  Aedes, Promoção da saúde, Controle de vetores