MODULAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE NA LEISHMANIOSE CUTÂNEA EM CAMUNDONGOS COINFECTADOS COM Plasmodium berghei ANKA.
UYLA ORNELLAS GARCIA 1,2, CARINA HEUSNER G. DE SOUSA1,2, ISABELA PASTORE DA SILVA1,2, PALOMA DA SILVA SANT’ANNA1,2, LUCAS FREIRE ANTUNES1,2, CLÁUDIO T. DANIEL-RIBEIRO 1,2, PATRÍCIA CUERVO ESCOBAR1,2, FLÁVIA LIMA RIBEIRO-GOMES1,2
1. IOC - INSTITUTO OSWALDO CRUZ, 2. FIOCRUZ - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
uylagarcia@gmail.com

Protozoários do gênero Plasmodium e Leishmania são coendêmicos em países tropicais e subtropicais, e causam doenças de enorme impacto social com elevada morbidade e mortalidade. Sendo assim, apesar de casos de coinfecção com Plasmodium e Leishmania em indivíduos de áreas endêmicas já serem descritos, são poucos os trabalhos que visam entender a dinâmica da coinfecção e seus efeitos sobre a imunidade do hospedeiro. Neste trabalho nos propomos a avaliar o efeito da infecção por Plasmodium berghei ANKA-GFP ( Pb A-GFP), modelo experimental de malária cerebral, sobre o curso da infecção por Leishmania major -RFP ( Lm -RFP), modelo experimental de leishmaniose cutânea, em camundongos C57BL/6. Observamos que a injeção intraperitoneal de 10 6 eritrócitos parasitados com Pb A-GFP, na segunda ou quarta semana de infecção intradermica com Lm -RFP, promoveu uma redução no tamanho da lesão na orelha dos camundongos coinfectados em relação aos animais infectados apenas com Lm -RFP. Esta redução da lesão cutânea se refletiu com a diminuição da carga parasitária ( Lm ) no linfonodo drenante. Não observamos diferenças na parasitemia ( Pb A-GFP) entre os camundongos coinfectados e infectados apenas com Pb A-GFP ao longo da infecção. Análise comparativa entre os animais coinfectados e infectados apenas com um dos parasitos revelaram diferenças no percentual de neutrófilos (CD11b + Ly6G + Ly6C - ) e monócitos inflamatórios (CD11b + Ly6G - Ly6C hi ) na orelha e no percentual e número total destas células do sistema imune inato, assim como de células da imunidade adquirida no baço destes animais. Em resumo, acreditamos que a resposta imune sistêmica direcionada ao parasito P. berghei pode atuar de forma a modular o processo inflamatório na derme, sítio de infecção por L. major . Para compreender esse processo de imunomodulação novos experimentos serão realizados afim de analisar todos os possíveis parâmetros envolvidos.



Palavras-chaves:  Coinfecção, Plasmodium , Leishmania, resposta imune, malária cerebral