MODULAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE NA LEISHMANIOSE CUTÂNEA EM CAMUNDONGOS COINFECTADOS COM Plasmodium berghei ANKA. |
Protozoários do gênero Plasmodium e Leishmania são coendêmicos em países tropicais e subtropicais, e causam doenças de enorme impacto social com elevada morbidade e mortalidade. Sendo assim, apesar de casos de coinfecção com Plasmodium e Leishmania em indivíduos de áreas endêmicas já serem descritos, são poucos os trabalhos que visam entender a dinâmica da coinfecção e seus efeitos sobre a imunidade do hospedeiro. Neste trabalho nos propomos a avaliar o efeito da infecção por Plasmodium berghei ANKA-GFP ( Pb A-GFP), modelo experimental de malária cerebral, sobre o curso da infecção por Leishmania major -RFP ( Lm -RFP), modelo experimental de leishmaniose cutânea, em camundongos C57BL/6. Observamos que a injeção intraperitoneal de 10 6 eritrócitos parasitados com Pb A-GFP, na segunda ou quarta semana de infecção intradermica com Lm -RFP, promoveu uma redução no tamanho da lesão na orelha dos camundongos coinfectados em relação aos animais infectados apenas com Lm -RFP. Esta redução da lesão cutânea se refletiu com a diminuição da carga parasitária ( Lm ) no linfonodo drenante. Não observamos diferenças na parasitemia ( Pb A-GFP) entre os camundongos coinfectados e infectados apenas com Pb A-GFP ao longo da infecção. Análise comparativa entre os animais coinfectados e infectados apenas com um dos parasitos revelaram diferenças no percentual de neutrófilos (CD11b + Ly6G + Ly6C - ) e monócitos inflamatórios (CD11b + Ly6G - Ly6C hi ) na orelha e no percentual e número total destas células do sistema imune inato, assim como de células da imunidade adquirida no baço destes animais. Em resumo, acreditamos que a resposta imune sistêmica direcionada ao parasito P. berghei pode atuar de forma a modular o processo inflamatório na derme, sítio de infecção por L. major . Para compreender esse processo de imunomodulação novos experimentos serão realizados afim de analisar todos os possíveis parâmetros envolvidos. |