COINFECÇÃO PARACOCCIDIOIDOMICOSE HIV / AIDS: UMA REVISÃO DE LITERATURA
RANYELSON LUCAS MATIAS SANTOS 1, DIONIZIO GONÇALVES BEZERRA NETO1, WILLIAM DE SOUZA ARAUJO1, WASHINGTON MOURA BRAZ1, MARIA DO SOCORRO VIEIRA GADELHA1
1. UFCA - Universidade Federal do Cariri
matiasranyelson@gmail.com

A Paracoccidioidomicose(PCM) é uma micose profunda causada pelo Paracoccidioides brasiliensis. A doença apresenta manifestações clínicas variadas, sobretudo na pele, mucosa, linfonodos e órgãos internos, as quais são exacerbadas pelas coinfecções. O trabalho de pesquisa teve o objetivo de analisar a coinfecção Paracoccidioidomicose e HIV/AIDS. Realizou-se uma revisão de literatura nas bases de dados Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e PubMed, adotando os descritores “Paracoccidioidomicose” e ” SIDA”, no período de 2005 à 2018. Foram selecionados 55 artigos, dos quais 15 abordavam o tema proposto. Apesar da escassez de registros na literatura, diversos artigos analisados chamaram atenção para a severidade clínica encontrada nos casos de coinfecção HIV/PCM. A pele e os gânglios linfáticos foram destacados como os órgãos mais acometidos pela infecção. Alguns autores ressaltaram também a ocorrência de certas entidades clínicas, tais como a insuficiência adrenal e a perfuração do palato, complicações típicas da PCM, bem como, a linfadenomegalia e a esplenomegalia, muitas vezes observadas somente à necropsia, além da perda de peso e da febre prolongada. Estudos reportaram relatos de casos em pacientes com a coinfecção, evidenciando a possibilidade de ocorrência de infeção pulmonar, pleural, ocular, de orofaringe e até do SNC. Quanto à imunologia, os estudos relataram que além do comprometimento imunológico pelo HIV, há também desordens imunitárias ocasionadas pela Paracoccidioidomicose, sobretudo a ativação policlonal de células B, supressão da reposta celular e aumento dos níveis de IgE. Além disso, o estudo de pesquisa apontou para dificuldades no diagnóstico imunológico de PCM, uma vez que a imunossupressão diminui a produção de anticorpos específicos para o agente etiológico em questão. Nesse contexto, torna-se evidente a necessidade de uma maior atenção para a possibilidade de ocorrência de Paracoccidioidomicose em pacientes imunossuprimidos, uma vez que a clínica é extremamente complexa. Além disso, é necessário que o diagnóstico da coinfecção seja feito rotineiramente, com atenção para a ocorrência de possível falso negativo, e que a necropsia seja realizada com mais frequência, a fim de elucidar e quantificar casos omissos.



Palavras-chaves:  Diagnóstico, HIV, Paracoccidioidomicose