ASSOCIAÇÃO ENTRE TRICHOMONAS VAGINALIS E O CÂNCER DE PRÓSTATA: UMA REVISÃO DE LITERATURA
RANYELSON LUCAS MATIAS SANTOS 1, DIONIZIO GONÇALVES BEZERRA NETO1, YURI MOTA DO NASCIMENTO1, YURI ALMEIDA PINTO1, FRANCISCO MAXELL LEITE BARBOSA1, ARIAN SANTOS FIGUEIREDO1, MARIA DO SOCORRO VIEIRA GADELHA1
1. UFCA - Universidade Federal do Cariri
matiasranyelson@gmail.com

O parasita Trichomonas vaginalis pode ascender pela uretra e infectar o epitélio da próstata, causando prostatite, hiperplasia prostática benigna (HPB) e Câncer de Próstata (CaP). Nesse contexto, o presente trabalho de pesquisa objetivou avaliar a relação da infecção pelo parasita Trichomonas vaginalis ao risco de desenvolvimento de CaP. Trata-se de uma revisão de literatura utilizando as bases de dados PubMed e BVS, com os descritores “Trichomonas” e “Prostate Cancer” e as informações do “Journal of Immunology Research”, no  período de 2010 a 2018. Foram encontrados 149 artigos completos, dos quais 12 abordavam o tema central proposto. O estudo de pesquisa demonstrou uma relação direta entre a resposta inflamatória das células do tecido epitelial prostático (RWPE-1) induzida pelo protozoário e a possibilidade neoplasia prostática. Isso porque mastócitos foram encontrados em infiltrado inflamatório crônico, demonstrando a possibilidade da interação entre células epiteliais prostáticas e o ser flagelado promover a ativação dessas células de defesa no estroma prostático. Células BPH-1 foram isoladas com o parasita, produzindo uma quantidade aumentada de CCL2, IL‐1β, IL‐6 e CXCL8, as quais induziram a migração de mastócitos e monócitos, o que foi confirmado pela liberação de β-hexosaminidase e CXCL8. Foi observado também níveis aumentados dos receptores de citocinas CXCR1 e CCR2, além de proliferação, nas células do estroma prostático isoladas com mastócitos ativados com TCM. Estas células, tratadas com M-TCM, demonstraram mais invasivas que o controle, além de expressarem quantidades expansivas de FGF2, ciclina D1 e Bcl-2. Constatou-se também atividades aumentadas de Espécies Reativas de Oxigênio potencialmente danosas ao DNA, além do aumento de sinalizadores de divisão celular (ERK's) e de fatores de transcrição (NF-κB). Ademais, um ambiente pró-inflamatório é capaz de estimular linfócitos Tγδ a produzirem IL-17A que desenvolve uma alta sistêmica do Fator Estimulador de Colônia de Granulócitos, produzindo neutrófilos pró-oncogênicos que, por meio de mediadores, suprimem linfócitos CD8+ e produzem leucotrienos estimuladores da proliferação tumoral. Em suma, é imperativo uma maior atenção para a prevenção e controle da infecção pelo parasita, uma vez que o desenvolvimento de CaP é uma possibilidade. Nesse contexto, é imprescindível a realização de novos estudos com métodos mais eficazes a fim de melhor elucidar a relação do parasita com a neoplasia descrita.



Palavras-chaves:  Câncer de Próstata, Prevenção, Trichomonas vaginalis