ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DOS CASOS DE MENINGITE NOTIFICADOS NO ESTADO DO PIAUÍ, BRASIL, 2010 A 2017
LARA POLYANA SILVA RAMOS 1, TAINARA MELO LIRA1, LIANA MOREIRA MAGALHAES1, SUSANA RAQUEL DOS SANTOS FERREIRA1, MARIA CLARA DA SILVA SOARES1, MARYANA MATIAS PAIVA DE LIMA1, CARLA LORENA SILVA RAMOS1, TAIRINE MELO COSTA1, EVALDO HIPOLITO DE OLIVEIRA 1
1. UFPI - Discente no curso de Farmácia da Universidade Federal do Piauí , 2. UFPI - Residente em Doenças Parasitárias do hospital Veterinário , 3. UFPI - Docente no curso de Farmácia da Universidade Federal do
lara_poliana@hotmail.com

A meningite consiste em uma doença inflamatória que acomete as membranas que protegem o sistema nervoso central, podendo ser causada por diversos agentes infecciosos e por processos não infecciosos. No Brasil, a meningite é considerada uma doença endêmica com elevado índice de incidência e letalidade. O objetivo da pesquisa foi descrever o perfil epidemiológico dos casos notificados de meningite no estado do Piauí nos anos de 2010 a 2017 considerando-se a faixa etária, sexo, classificação, diagnóstico e evolução do caso clínico dos pacientes. O presente estudo consistiu em uma pesquisa retrospectiva, com abordagem descritiva realizada com dados secundários obtidos através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). De 2010 a 2017 foram notificados um total de 2.071 casos de meningite no Piauí, dos quais 61% pertenciam a indivíduos ao sexo masculino. A taxa de incidência de meningites apresentou gradual redução nos anos estudados, variando de 13,61 por 100.000 habitantes em 2010 a 4,0 por 100.000 habitantes no ano de 2017. Observou-se predominância das meningites de origem viral (47,88%), seguidas das quais o agente não foi especificado (26,59%) e bacteriana (20,15%). Apesar de mais frequente, a meningite causada por vírus é menos grave que a bacteriana, apresentando baixa taxa de letalidade (3%) comparada a de agentes bacterianos. A distribuição da faixa etária predominante foi de adultos de 20 a 39 anos e crianças de 5 a 9 anos, sendo 573 casos (27,64%) e 315 casos (15,21%), respectivamente. Uma quantidade considerável de casos registrados apresentou como critério confirmatório o diagnóstico quimiocitológico (68,7%), podendo correlacionar-se com a dificuldade de especificação dos agentes etiológicos. Durante o período em estudo, maior parte dos pacientes evoluiu para alta. No entanto, apesar da redução do número de casos, os anos de 2015 a 2017 apresentaram os maiores coeficientes de letalidade, sendo 15,9% em 2015 e coeficientes de 13,2% e 14,72% em 2016 e 2017, respectivamente. A taxa média de mortalidade foi de aproximadamente 25,3 mortes/ano. Esta realidade reforça a necessidade de melhoria da qualidade do sistema de saúde a nível local, assim como da manutenção da vigilância epidemiológica associada a uma formação continuada de profissionais de saúde de forma a reduzir a incidência de casos e prevenir mortes.



Palavras-chaves:  Epidemiologia, Meningite, Piauí