HANSENÍASE EM PERNAMBUCO: RESPOSTA CLÍNICA DEFICITÁRIA À MULTIDROGATERAPIA, QUADRO REACIONAL E RECIDIVA ASSOCIADOS À RESISTÊNCIA À MDT POR MUTAÇÃO DO M leprae EM rpoB, gyrA, gyrB e folp1 EM CRIANÇAS E ADULTOS |
Resumo Introdução: O diagnóstico tardio, os eventos adversos da Multidrogaterapia, os quadros reacionais, o tratamento prolongado, a irregularidade, o abandono do tratamento e as recidivas constituem-se fatores possivelmente associados à resistência do M leprae às drogas utilizadas no esquema. Objetivos: Com esse estudo nos propomos a verificar e caracterizar o perfil clínico e epidemiológico da não responsividade clínica, dos quadros reacionais, da recidiva e a associação à Resistência à MDT por mutações do M leprae em rpoB, gyrA, gyrB, folp1. Desenho do estudo: Corte Transversal. Metodologia: Foram incluídos os pacientes com recidiva, quadros reacionais persistentes ou recidivantes, tratamento prolongado e responsividade clínica deficitária. Foram coletados dois fragmentos de biópsia do local de uma ou mais lesões suspeitas de atividade, sendo um encaminhado para exame histopatológico e o outro para inoculação no coxim plantar de camundongos, com o objetivo de avaliar a susceptibilidade às drogas Dapsona, Rifampicina e Ofloxacina. Foi considerada multiplicação bacilar significante o índice de ≥ 100.000 bacilos/pata. Resultados principais: Como resultado do sequenciamento não foram observadas mutações em locus sabidamente associados à resistência em rpoB, folp ou gyrA. Em 14,9% (7 casos) foram observadas mutações em outros códons, tendo 1 paciente apresentado 4 mutações em Códons 121, 36, 58 e 90 da gyrA; 2 pacientes apresentaram 2 mutações em Códon 443 e 470 do gene rpoB e em Códons 100 e 111 da gyrA; e 4 pacientes apresentaram apenas 1 mutação em Códons 443 do gene rpoB; em Códon 459 do gene rpoB; em Códon 93 do gene gyrA e em Códon 88 da gyrA. Discussão: As mutações em rpoB, folp ou gyrA estão associadas à resistência à MDT em Hanseníase, portanto, devem ser investigadas de forma rotineira, mas, se há déficit na resposta clínica e baciloscópica, em detrimento da presença ou não dessas mutações reconhecidas, não se pode afirmar que não há resistência à MDT, devendo-se redobrar os esforços no sentido de procurar outras mutações em Códons ainda não reconhecidamente e comprovadamente associadas à Resistência em Hanseníase. Conclusão: É fundamental que pessoas com doença causada por cepas identificadas como resistentes sejam monitoradas em seu tratamento com a utilização de drogas efetivas, além de monitoramento dos comunicantes com vias a identificar precocemente doença com bacilos resistentes. Palavras-Chave: Hanseníase; Resistência a drogas; Mycobacterium leprae |