HANSENÍASE EM PERNAMBUCO: RESPOSTA CLÍNICA DEFICITÁRIA À MULTIDROGATERAPIA, QUADRO REACIONAL E RECIDIVA ASSOCIADOS À RESISTÊNCIA À MDT POR MUTAÇÃO DO M leprae EM rpoB, gyrA, gyrB e folp1 EM CRIANÇAS E ADULTOS
MARIANA ÁDELLE DA ROCHA SANTOS 1, RAQUELNOGUEIRACORDEIRO 1, MARIA DO CARMO DE SÁ BARRETO LÓCIO 1, ANDREA MAIA FERNANDES DE ARAÚJO FONSECA 1, MECCIENE MENDES RODRIGUES1, JAISON ANTONIO BARRETO1, PATRÍCIA SAMARCO ROSA1, ANDREA DE FARIA FERNANDES BELONE1, CLEVERSON TEIXEIRA SOARES1
1. FPS - Faculdade Pernambucana de Saúde, 2. SES-PE - Secretaria Estadual de Pernambuco, 3. SEINPE - Serviço de Infectologia de Petrolina, 4. UPE - Universidade de Pernambuco , 5. UFPE - Universidade Federal de Pernambuco, 6. ILSL - Instituto Lauro de Souza Lima, 7. IMIP - Instituto de Medicina Integral Prof Fernando Figueira
mariana_adelle@hotmail.com

Resumo

Introdução: O diagnóstico tardio, os eventos adversos da Multidrogaterapia, os quadros reacionais, o tratamento prolongado, a irregularidade, o abandono do tratamento e as recidivas constituem-se fatores possivelmente associados à resistência do M leprae às drogas utilizadas no esquema. Objetivos: Com esse estudo nos propomos a verificar e caracterizar o perfil clínico e epidemiológico da não responsividade clínica, dos quadros reacionais, da recidiva e a associação à Resistência à MDT por mutações do M leprae em rpoB, gyrA, gyrB, folp1. Desenho do estudo: Corte Transversal. Metodologia: Foram incluídos os pacientes com recidiva, quadros reacionais persistentes ou recidivantes, tratamento prolongado e responsividade clínica deficitária. Foram coletados dois fragmentos de biópsia do local de uma ou mais lesões suspeitas de atividade, sendo um encaminhado para exame histopatológico e o outro para inoculação no coxim plantar de camundongos, com o objetivo de avaliar a susceptibilidade às drogas Dapsona, Rifampicina e Ofloxacina. Foi considerada multiplicação bacilar significante o índice de ≥ 100.000 bacilos/pata. Resultados principais: Como resultado do sequenciamento não foram observadas mutações em locus sabidamente associados à resistência em rpoB, folp ou gyrA. Em 14,9% (7 casos) foram observadas mutações em outros códons, tendo 1 paciente apresentado 4 mutações em Códons 121, 36, 58 e 90 da gyrA; 2 pacientes apresentaram 2 mutações em Códon 443 e 470 do gene rpoB e em Códons 100 e 111 da gyrA; e 4 pacientes apresentaram apenas 1 mutação em Códons 443 do gene rpoB; em Códon 459 do gene rpoB; em Códon 93 do gene gyrA e em Códon 88 da gyrA. Discussão: As mutações em rpoB, folp ou gyrA estão associadas à resistência à MDT em Hanseníase, portanto, devem ser investigadas de forma rotineira, mas, se há déficit na resposta clínica e baciloscópica, em detrimento da presença ou não dessas mutações reconhecidas, não se pode afirmar que não há resistência à MDT, devendo-se redobrar os esforços no sentido de procurar outras mutações em Códons ainda não reconhecidamente e comprovadamente associadas à Resistência em Hanseníase. Conclusão: É fundamental que pessoas com doença causada por cepas identificadas como resistentes sejam monitoradas em seu tratamento com a utilização de drogas efetivas, além de monitoramento dos comunicantes com vias a identificar precocemente doença com bacilos resistentes.

Palavras-Chave: Hanseníase; Resistência a drogas; Mycobacterium leprae



Palavras-chaves:  Hanseníase , Resistência a drogas , Mycobacterium leprae