AVALIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE SACAROSE NA DIETA ARTIFICIAL PARA SUBSTITUIÇÃO DO SANGUE PARA Anopheles darlingi (DIPTERA: CULICIDAE) |
Os mosquitos necessitam de soluções açucaradas para manter o metabolismo energético e suas atividades como voo, mas também afeta a longevidade, sobrevivência e reprodução. O presente estudo teve como objetivo avaliar o efeito de diferentes concentrações de sacarose utilizadas na dieta artificial para substituição do sangue para reprodução de Anopheles darlingi . As fêmeas utilizadas foram coletadas por atração humana protegida na zona rural de Porto Velho, Rondônia. Em campo, grupos de 10 fêmeas (n=4) foram separados em gaiolas teladas e alimentadas colocando-se gotículas da dieta sobre a tela. A dieta era composta por proteína Albumina Sérica Bovina (BSA) 200mg/ml, acrescida dos sais (NaCl 0,15M e NaHCO 3 0,01M) e cinco concentrações de sacarose: 5%, 10%, 30%, 50% e 70%. Sangue humano via membrana foi utilizado como controle positivo e sacarose a 10% como controle negativo. As dietas foram oferecidas durante 20 minutos e mosquitos não ingurgitados foram descartados. Em laboratório, os mosquitos foram alimentados diariamente com algodão embebido com sacarose a 5%, 10%, 30%, 50% e 70% e os parâmetros biológicos: sobrevivência até a oviposição, proporção de oviposição, fecundidade e fertilidade foram avaliados. Fêmeas submetidas às dietas com 10%, 30% de sacarose apresentaram maior proporção de oviposição (81%, 77%, respectivamente) em relação as alimentadas com sangue (45%). A média de ovos produzidos utilizando as dietas artificiais (61-82) não diferiu do sangue (84) e o número total de ovos produzidos pelas fêmeas alimentadas com a dieta artificial a 30% de sacarose igualou aquele produzido com sangue (3115 e 3214, respectivamente), mas a maior média de larvas produzidas utilizando as dietas artificiais (sacarose 10%) foi de apenas 19 larvas enquanto a média produzida com o sangue foi de 99 larvas, i.e, apenas 10%. Não houve oviposição de fêmeas alimentadas com o controle negativo. As médias de larvas produzidas indicam que a maioria dos ovos não estão viáveis independente da concentração de sacarose utilizada quando comparados ao controle. De forma conjunta, os resultados sugerem que a dieta composta por BSA 200mg/ml e sacarose entre 10 e 30% pode ser utilizada na alimentação de fêmeas de Anopheles darlingi para fins de produção de ovos, mas sua composição deve ser aprimorada adicionando-se outros nutrientes indispensáveis para o desenvolvimento do embrião, garantindo, assim, a produção de larvas compatível aquela produzida pela alimentação sanguínea. |