TUBERCULOSE NA POPULAÇÃO INDÍGENA DE CACOAL – RONDÔNIA. UM ESTUDO DESCRITIVO DO PERÍODO DE 2010 A 2016
BRUNO LUDVIG VIEIRA1, JOÃO LUIS DAL ROVERE COLOMBARI VIEIRA1, MARCO ANTONIO BONONI1, THOMAS PIACSEK1, ALEX MIRANDA RODRIGUES 1
1. FACIMED - Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal
profalexmr@gmail.com

A tuberculose é uma das doenças infecciosas com elevada incidência e prevalência em todo o mundo, causando aproximadamente dez milhões de novos casos e ocasionando mais de um milhão de mortes a cada ano. Algumas populações apresentam maior vulnerabilidade para esse agravo, entre elas os povos indígenas. No Estado de Rondônia, pesquisas epidemiológicas asseguravam que na década de 1990 os indígenas apresentavam dez vezes mais chance de adoecer e morrer de TB que outros segmentos da população. Além disto outros pesquisadores que descreveram a epidemiologia da tuberculose na população indígena da etnia Suruí residente no município de Cacoal em Rondônia, observaram uma incidência média de TB superior 2.500/100.000. Outros estudos também em populações indígenas de Rondônia demostraram a presença de cepas resistentes a rifampicina e Isoniazida, caracterizando uma endemia de grande magnitude e de difícil controle. Foi realizado um estudo observacional descritivo baseado em dados secundários oriundos do SINAN do município de Cacoal, Rondônia, com o objetivo de descrever os casos de tuberculose notificados na população indígena residente em Cacoal entre os anos de 2010 e 2016. No período de 2010 a 2016 foram notificados 73 casos, com as taxas de incidência variando entre 380/100.000 no ano de 2016 a 1440/100.000 em 2011 e 2012. 53,4% dos casos aconteceu em indivíduos do sexo masculino e a idade média foi de 30±19 anos(média±desvio padrão), 16,4% dos casos aconteceram em menores de 15 anos, e 97,3% dos casos eram pulmonares, com apenas 32% dos casos com comprovação baciloscópica. A principal porta de entrada foi a detecção de caso novo, representando 75,34% dos casos, embora 27,4% dos casos fossem recidivas. Todos os casos evoluíram para cura. Embora a incidência da tuberculose tenha diminuído em relação a estudos anteriores, observa-se ainda elevada prevalência e características operacionais próprias na população indígena, embora a subnotificação e falha diagnóstica não possam ser descartadas como fatores contribuintes na redução observada.



Palavras-chaves:  Tuberculose, Epidemiologia, Medicina Tropical, Saúde de populações indígenas