SÍFILIS CONGÊNITA E NA GESTAÇÃO NO RECIFE. BREVE PERFIL DE 2001 A 2016
ALBERTO ENILDO DE OLIVEIRA MARQUES DA SILVA 1, MARIA GORETTI GODOY SOUZA1, NATÁLIA GONÇALVES MENEZES DE BARROS1, DENISE SANTOS CORREIA DE OLIVEIRA SCRIPNIC1
1. SESAU RECIFE - Secretaria de Saúde do Recife
dstaidsrecife@hotmail.com

Introdução: A eliminação da sífilis congênita e da transmissão vertical do HIV  é uma prioridade da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). A notificação de Gestante com Sífilis no país iniciou em 2005 observando-se aumento de notificação, que pode ser atribuído ao aprimoramento da vigilância epidemiológica e descentralização dos Testes Rápidos (TR). Objetivos: descrever a situação epidemiológica da Sífilis Congênita (SC) e na Gestação (SG) em Recife entre 2001 e 2016. Desenho: Estudo descritivo de base populacional. Método: Foram analisados os bancos de dados do SINAN Windows e NET, por faixa etária, idade materna, pré-natal, distribuição geográfica, detecção de casos, mortalidade (por 1.000 NV). Resultados: Foram notificados 4.649 casos de SC no período estudado, sendo a maioria em menores de 01 ano (99,5%). Quanto à idade materna, a maioria situa-se entre 20 e 34 anos (83,1%). Entre adolescentes (10-19) existe tendência de aumento; Uma media de 72,0% realizaram pré-natal e 33,8% foram diagnosticadas neste período; 21,8% dos parceiros foram tratados. Aparecem com maior número de casos de SC, os DS II (1.061), DS VII (841) e DS V (639). Analisando-se a por taxa de detecção/1.000 NV, destaca-se o DS I (18,1), seguidos dos DS II (16,3) e DS III (16,2).  Quanto aos óbitos infantis por SC, a média da taxa de mortalidade foi de 0,2 p/ 1.000 NV (2001 - 2015). No tocante aos óbitos fetais, houve elevação significativa nesta mortalidade (2006 - 2009), associada provavelmente, as investigações de óbitos fetais pelo comitê de mortalidade infantil. Em relação à SG, foram notificados 1.566 casos (2005 e 2016), representando 34% das notificações de SC no mesmo período; 68% estavam entre 20 e 34 anos. A distribuição espacial dos casos de SG ressaltam-se maior número de casos no DS II (275), DS VIII (231) e DS V (228).  Quanto a detecção de casos, destaca-se o DS I (7,8), seguida dos DS II e VIII (6,9) e DS VII (6,1). Conclusão: A faixa etária dos casos de SC aponta para uma alta cobertura de diagnóstico e tratamento nas maternidades. O alto percentual de mães que referem ter feito pré-natal, sugere falhas na captação, diagnóstico precoce e tratamento oportuno pela atenção primária. Os dados de SG apontam para um diagnóstico e tratamento inoportuno ou inadequado, ou uma significativa subnotificação dos mesmos na Atenção Primária. Verifica-se tendência ao crescimento entre gestantes adolescentes com sífilis.



Palavras-chaves:  IST, Sífilis Congênita, Sífilis na Gestação