SÍFILIS CONGÊNITA NO MUNICÍPIO DE PAULISTA: ANÁLISE DOS CASOS NOTIFICADOS ENTRE 2007 A 2016
ISABÔ ÂNGELO BESERRA 1, YASMIM TALITA DE MORAES RAMOS1, MARIA ISABELLE BARBOSA DA SILVA BRITO 1, JULIANE RAQUEL MIRANDA DE SANTANA1, WEINAR MARIA DE ARAUJO1, DAYANE DA ROCHA PIMENTEL1, RAFAELY MARCIA SANTOS DA COSTA1, LAYS HEVÉRCIA SILVEIRA DE FARIAS 1, JÉSSICA EMANUELA MENDES MORATO1, ANGELICA XAVIER DA SILVA1
1. IAM - Instituto Aggeu Magalhães, 2. UPE - Universidade de Pernambuco
isabo-angelo@hotmail.com

Introdução: A sífilis é uma doença infecciosa sistêmica de evolução crônica, transmissão sexual, vertical e sanguínea causada pelo  Treponema pallidum , patógeno exclusivo do ser humano. No ano de 2016, segundo o Ministério da Saúde, foram notificados 20.474 casos de sífilis congênita, estando o estado de Pernambuco em quarto lugar com relação a proporção maior de casos. Desenho de estudo: Descritivo, transversal e quantitativo. Objetivo: Analisar os casos de sífilis congênita notificados no sistema de informação de agravos de notificação (SINAN) do Ministério da Saúde (MS). Métodos: Trata-se de um estudo realizado com dados secundários obtidos pelo departamento de informática do SUS (DATASUS). Foram coletados dados sobre o perfil da sífilis congênita, numa série histórica de 10 anos (2007 a 2016) no município pernambucano de Paulista, situado na região metropolitana do Recife. A busca dos dados ocorreu no mês de junho de 2018. Foram criadas planilhas nos programas Tabwin versão 3.2 e excel versão 2016 para analisar os dados e calcular taxas e índices. As varáveis investigadas correspondiam ao perfil demográfico e clínico dos casos registrados. Resultados: Entre 2007 e 2016 foram notificados 392 casos de sífilis congênita, destes 63% (n=246) eram negros, a maioria das mães não havia concluído o ensino fundamental (46%, n=181) e descobriu a doença no momento do parto (36,5%, n=143). Apesar da maior parte das genitoras terem realizado o pré-natal, uma quantidade expressiva (12% das mulheres) não o fez e 55 notificações não possuíam registro sobre o pré-natal. No referido período, ocorreu 12 óbitos por sífilis congênita e o coeficiente de incidência foi de 10 casos para cada 1000 mil nascidos vivos. Discussão: O Ministério da Saúde Brasileiro adota como meta a eliminação da sífilis congênita, definida como ocorrência de 0,5 ou menos casos para cada mil nascidos vivos, observa-se que no município de Paulista até 2016 a taxa estava superior à meta de eliminação proposta. A maior incidência em estratos sociais de menor escolaridade e em grupos raciais tradicionalmente mais desfavorecidos socioeconomicamente, fortalecem hipóteses de outros autores que apontam maior dificuldade de acesso ao pré-natal para as mulheres negras e com baixo nível de instrução. Conclusão: A sífilis congênita continua sendo um problema de saúde pública e deve continuar sendo alvo de estudos que gerem novas estratégias de prevenção, com perspectiva no fortalecimento da Atenção Básica.



Palavras-chaves:  Cuidado Pré-Natal, Desigualdades em Saúde, Epidemiologia, Notificação compulsória, Sífilis congênita