SÍFILIS CONGÊNITA NO MUNICÍPIO DE PAULISTA: ANÁLISE DOS CASOS NOTIFICADOS ENTRE 2007 A 2016 |
Introdução: A sífilis é uma doença infecciosa sistêmica de evolução crônica, transmissão sexual, vertical e sanguínea causada pelo Treponema pallidum , patógeno exclusivo do ser humano. No ano de 2016, segundo o Ministério da Saúde, foram notificados 20.474 casos de sífilis congênita, estando o estado de Pernambuco em quarto lugar com relação a proporção maior de casos. Desenho de estudo: Descritivo, transversal e quantitativo. Objetivo: Analisar os casos de sífilis congênita notificados no sistema de informação de agravos de notificação (SINAN) do Ministério da Saúde (MS). Métodos: Trata-se de um estudo realizado com dados secundários obtidos pelo departamento de informática do SUS (DATASUS). Foram coletados dados sobre o perfil da sífilis congênita, numa série histórica de 10 anos (2007 a 2016) no município pernambucano de Paulista, situado na região metropolitana do Recife. A busca dos dados ocorreu no mês de junho de 2018. Foram criadas planilhas nos programas Tabwin versão 3.2 e excel versão 2016 para analisar os dados e calcular taxas e índices. As varáveis investigadas correspondiam ao perfil demográfico e clínico dos casos registrados. Resultados: Entre 2007 e 2016 foram notificados 392 casos de sífilis congênita, destes 63% (n=246) eram negros, a maioria das mães não havia concluído o ensino fundamental (46%, n=181) e descobriu a doença no momento do parto (36,5%, n=143). Apesar da maior parte das genitoras terem realizado o pré-natal, uma quantidade expressiva (12% das mulheres) não o fez e 55 notificações não possuíam registro sobre o pré-natal. No referido período, ocorreu 12 óbitos por sífilis congênita e o coeficiente de incidência foi de 10 casos para cada 1000 mil nascidos vivos. Discussão: O Ministério da Saúde Brasileiro adota como meta a eliminação da sífilis congênita, definida como ocorrência de 0,5 ou menos casos para cada mil nascidos vivos, observa-se que no município de Paulista até 2016 a taxa estava superior à meta de eliminação proposta. A maior incidência em estratos sociais de menor escolaridade e em grupos raciais tradicionalmente mais desfavorecidos socioeconomicamente, fortalecem hipóteses de outros autores que apontam maior dificuldade de acesso ao pré-natal para as mulheres negras e com baixo nível de instrução. Conclusão: A sífilis congênita continua sendo um problema de saúde pública e deve continuar sendo alvo de estudos que gerem novas estratégias de prevenção, com perspectiva no fortalecimento da Atenção Básica. |