ANÁLISE DA VIGILÂNCIA DA RAIVA EM QUIRÓPTEROS (MAMMALIA, CHIROPTERA) DOS ÚLTIMOS 5 ANOS NA CIDADE DE TERESINA, PIAUÍ
TAINARA MELO LIRA 1, KAIULANY NASCIMENTO SOUSA1, LUCIANA FERREIRA DE SOUSA LUZ1, TAIRINE MELO COSTA1
1. UFPI - Universidade Federal do Piauí , 2. HVU - Hospital Veterinário Universitário
tainaralira@hotmail.com

A raiva é uma doença viral, zoonótica e cosmopolita que afeta o sistema nervoso e causa complicações que geralmente levam à morte em pouco tempo. A principal forma de transmissão é através de mordidas e arranhaduras de mamíferos raivosos, tais como o cão ( Canis familiaris ). No entanto, existem quatro ciclos de transmissão: urbano, rural, silvestre e aéreo (envolvendo morcegos hematófagos). Na ausência da alimentação usual, morcegos podem infectar seres humanos acidentalmente, direta ou indiretamente. Dentre as medidas de controle e prevenção da raiva encontram-se vigilância passiva de morcegos, vacinação animal de cães e gatos, e exames laboratoriais para diagnóstico, entre outras.  O diagnóstico animal é realizado pós-mortem, através de imunofluorescência direta e inoculação em camundongos (prova biológica). O objetivo deste estudo foi analisar a vigilância da raiva (referente ao ciclo aéreo) através da observação das análises laboratoriais dos últimos 5 anos da inferência das espécies de morcegos ( Mammalia, Chiroptera )  de maior probabilidade infectiva e de bairros e zonas de Teresina com maior percentual de domiciliação pelos morcegos. Foram analisados os dados de 984 amostras de variadas espécies recebidas no período entre 2013 e 2017 pela Gerência de Zoonoses de Teresina, onde 31 (3,1%) delas eram de quirópteros e todas foram negativas para raiva. Também foram analisados os dados de 428 amostras da Agência de Defesa Agropecuária do Piauí do mesmo período, onde 168 eram amostras de quirópteros (hematófagos ou não), e destes, somente 4 (2,3%) foram positivos nos testes. Das 4 amostras positivas, apenas uma espécie era hematófaga e as outras três eram insetívoras . As espécies insetívoras também foram as mais recebidas pelo laboratório da Gerência de Zoonoses para análise, totalizando 8 ( Molossus molossus) , o que leva a crer que é a espécie mais domiciliada ou em maior número de indivíduos no município. É importante ressaltar que das 31 amostras de morcegos verificadas pela Gezoon, 4 eram da espécie Desmodus rotundus, espécie hematófaga, e 3 foram recebidas de residências situadas em zona urbana de Teresina. Diante disso, nota-se a importância de intensificar a educação em saúde, da manutenção da vigilância passiva da raiva e intensificação da imunização canina e felina a fim de evitar possíveis ocorrências de casos humanos ocasionados por morcegos.



Palavras-chaves:  Morcegos, Raiva, Saúde, Teresina