PERFIL DE PACIENTES PORTADORES DE LEISHMANIOSE VISCERAL EM USO DE ANFOTERICINA B LIPOSSOMAL INTERNADOS EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA DE TERESINA-PI |
Dentre os medicamentos disponibilizados pelo Ministério da Saúde para o tratamento de Leishmaniose Visceral (LV) encontra-se a anfotericina B lipossomal, uma opção terapêutica de menor potencial tóxico indicada para tratamento de um grupo especial de pacientes com LV. Diante disso, o objetivo do estudo foi analisar o perfil dos pacientes portadores de Leishmaniose Visceral em tratamento com anfotericina B lipossomal nos meses de abril a maio de 2018 em um hospital de referência localizado na cidade de Teresina, Piauí. Trata-se de uma pesquisa retrospectiva, com abordagem descritiva, realizada com base em fichas de solicitação de anfotericina B lipossomal, considerando-se a idade, sexo, município de residência, exame clínico, doenças associadas e critérios para indicação da anfotericina B lipossomal. Foram realizadas 61 solicitações de tratamento com anfotericina B lipossomal para 54 pacientes com LV, com 74% dos casos correspondentes a pacientes do sexo masculino. As solicitações foram referentes a indivíduos residentes de 23 municípios dos estados do Piauí (73,2%) e Maranhão (26,8%), destacando-se em número de pacientes a capital Teresina (38,8%). Predominaram no estudo indivíduos adultos de 20 a 49 anos de idade (55,65%), seguido de crianças e adolescentes de 0 a 19 anos (24,07%). Quanto às doenças associadas, houve predomínio de coinfecção por HIV/AIDS (66,20 %), classificando-se também como o principal critério de indicação do tratamento (31,5%) seguido dos critérios: idade maior que 50 anos (15,70%) e insuficiência renal (11,80%). A coinfecção por HIV/AIDS gera alterações no sistema imune que aceleram a evolução clínica do HIV e da LV. Portanto, diante da presença de comorbidades e outras condições, há uma grande propensão ao desenvolvimento de reações adversas nesses pacientes, além de falhas terapêuticas, recidivas e evolução para o óbito que reiteram a importância do monitoramento do tratamento a fim de evitar possíveis complicações e reduzir a mortalidade. |