USO DO POC-CCA ECO PARA ESTUDO DE PREVALÊNCIA DE ESQUISTOSSOMOSE EM REGIÕES DE BAIXA ENDEMICIDADE. |
A esquistossomose é uma doença de importância para saúde pública presente em várias regiões Brasil, especialmente, na região nordeste. Neste trabalho avaliamos o desempenho do teste rápido POC-CCA-ECO baseado em imunocromatografia para o diagnóstico da esquistossomose. Em alguns países Africanos, pesquisas apontam bons resultados com o teste POC-CCA, com alta sensibilidade e especificidade. O nosso trabalho teve como objetivo avaliar o desempenho da versão POC-CCA ECO vendido no Brasil em áreas de baixa endemicidade para esquistossomose. Foram selecionadas duas áreas, uma na cidade de Salvador – BA na região do Dique do Cabrito (DC) e outra no povoado de Jenipapo (JEN), no município de Ubaíra. As áreas selecionadas têm histórico prévio de tratamento repetido para esquistossomose. Realizamos exame da urina logo após a coleta e exame parasitológico pelo método de Kato-Katz de três amostras de fezes coletadas em dias diferentes. Com base nos resultados dos exames, calculamos as taxas de sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo (VPP) e negativo (VPN). Utilizando o POC-CCA ECO foi encontrada uma positividade de 10,0 (11/110) e 22,5% (27/120) em DC e JEN, respectivamente. Os resultados dos inquéritos parasitológicos indicaram que apenas 2,5% (31/1264) da população avaliada estava infectada com Schistosoma mansoni em DC e 5,9% (43/729) em JEN. Na região urbana o POC-CCA ECO demonstrou uma sensibilidade de 0% com uma especificidade de 92%, VPP de 0% e VPN de 96%. Na zona rural o teste rápido apresentou uma sensibilidade de 44%, especificidade de 85%, VPP de 52% e VPN de 73%. Os resultados indicam que o POC-CCA ECO não deve ser utilizado para o diagnóstico de esquistossomose em populações de baixa endemicidade, pois este identifica de forma insuficiente infecções por esquistossomose conhecidas previamente, com base na observação direta de ovos de parasitas. |