DIFTERIA EM PERNAMBUCO NO ANO DE 2015: ALTERAÇÃO DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA DOENÇA
MILENA DE MORAES SANTANA 1, NADJLA FERREIRA SOUZA1, GEORGE SANTIAGO DIMECH1, ANA ANTUNES FONSECA LIMA1
1. SES-PE - SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DE PERNAMBUCO
milenamsantana@yahoo.com.br

A difteria é uma doença bacteriana transmissível aguda, toxiinfecciosa, imunoprevenível, causada pelo bacilo toxigênico Corynebacterium diphtheriae . A manifestação clínica típica é a presença de placas pseudomembranosas branco-acinzentadas aderentes nas amígdalas, podendo se estender para estruturas vizinhas. A introdução da imunização no calendário nacional de rotina vacinal, na década de 80, causou uma redução significativa de sua morbi-mortalidade e padrão epidemiológico, atualmente caracterizado pela ocorrência esporádica de casos e surtos. Este trabalho tem por objetivo descrever o perfil clínico-epidemiológico da Difteria, bem como as ações de vigilância e resposta, no Estado de Pernambuco, durante o ano de 2015. Em 2015, foram confirmados sete casos da doença pelo Corynebacterium diphteriae , um destes com evolução para óbito. Esse foi o ano de maior detecção de casos em comparação com o período de 2004/2013, quando ocorreram apenas dois casos confirmados e com o ano de 2014, quando outros dois casos foram confirmados em um mesmo município. Os casos do ano sob estudo eram predominantemente do sexo masculino (71,43 %), na faixa etária entre 15 e 19 anos (42,86%). Quanto à situação vacinal 42,86% apresentavam esquema vacinal completo e atualizado. A maioria dos casos (85,7%) não manifestaram gravidade e 28,5% não apresentaram pseudomembranas. Cinco casos foram confirmados pelo critério clínico epidemiológico (71,43%), apontando a importância da busca dos comunicantes. Devido as ações de vigilância através de busca dos contatos e novos casos e coleta de amostras clínicas foi possível identificar e tratar os portadores assintomáticos. Estas condutas em conjunto a quimioprofilaxia e bloqueio vacinal seletivo contribuíram para quebrar a cadeia de transmissão. Foram observados agregados familiares nos municípios de Salgueiro-PE (três pacientes) e Chã Grande-PE (dois pacientes) e mais dois pacientes sem vínculo epidemiológico na cidade de Recife-PE. Diante do exposto, observa-se que ocorreu um aumento da detecção de casos de difteria em Pernambuco, provavelmente pelo aumento da sensibilidade dos serviços de vigilância. A ocorrência desses casos aponta para mudança do perfil clínico epidemiológico evidenciada pela apresentação de formas mais brandas, ausência de pseudomembranas e aumento da faixa etária acometida.



Palavras-chaves:  DIFTERIA, PERFIL EPIDEMIOLÓGICO, VIGILÂNCIA EM SAÚDE