VIGILÂNCIA E CONTROLE DE MORCEGOS HEMATÓFAGOS NO CENTRO HISTÓRICO DE SALVADOR, BAHIA
MARIA GORETE MAGALHÃES RODRIGUES1, DANIELLE DANTAS LIMA1, INARA CRISTINA LEAL BASTOS1, BIANCA CARDEAL DE SOUZA1, SAMANTA SOUZA RODRIGUES DA CONCEIÇÃO1, IVANA DE ALMEIDA BARBOSA BISPO1, AROLDO JOSÉ BORGES CARNEIRO1
1. SMS/CCZ - Secretaria Municipal de Saúde - Centro de Controle de Zoonoses de Salvador
mgrodrigues68@yahoo.com.br

 

A raiva é uma encefalite viral que acomete todos os mamíferos, inclusive o seres humanos, e tem como principais transmissores os carnívoros e quirópteros. C onsiderando a letalidade próxima a 100%, tornam-se necessárias ações de prevenção e controle dessa zoonose por parte do poder público. Esse trabalho tem objetivo de apresentar as ações de vigilância e prevenção realizadas em bairros do Centro Histórico de Salvador–BA no ano de 2017. Neste ano, foram diagnosticados três quirópteros não hematófagos positivos para raiva em Salvador e ocorreram 11.133 atendimentos antirrábicos humanos no município, tendo como principais espécies agressoras os caninos (n = 8.737), felinos (n = 2.058) e quirópteros (n = 133). Dos atendimentos por agressão de quiróptero, 22 (17%) residiam no Centro Histórico. As agressões ocorreram entre os meses de março a maio, com maior frequência nas mãos e nos pés das vítimas, geralmente enquanto dormiam. Todos os pacientes agredidos receberam profilaxia pós-exposição completa. O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) realizou em sete bairros do Centro Histórico visitas domiciliares para vacinação de cães e gatos; investigações de agressões humanas por quirópteros; aplicação de questionário de avaliação epidemiológica e ambiental; levantamento de possíveis abrigos para morcegos; ações de captura e controle de morcegos hematófagos ( Desmodus rotundus ); atividades educativas e parcerias com órgãos municipais e estaduais. Além dessas ações, foi aberto um posto fixo de vacinação antirrábica animal no bairro Santo Antônio, onde se registrou o maior número de ataques. [AJBC1] Foram visitados 17.690 imóveis e vacinados 1.729 animais, sendo 1.127 caninos e 602 felinos. Foram identificados 17 potenciais abrigos de quirópteros, sendo que em dois deles com presença de morcegos hematófagos. Em um abrigo foram capturados quatro D. rotundus e no outro foram capturados 15 da mesma espécie. Destes, 13 espécimes foram encaminhados para diagnóstico da raiva e resultaram negativos, os demais receberam pasta a base de warfarina para controle populacional. As ações implementadas pelo CCZ se mostraram eficazes, visto que não houve nova ocorrência de agressão por morcego hematófago no Centro Histórico, bem como não houve suspeita de raiva em animal doméstico ou ser humano. Ressalta-se que a vigilância da raiva no município é constante, visando à rápida tomada de decisões em situações de risco.

[AJBC1] Já descrever a ação quantificando / apresentando resultado.



Palavras-chaves:  Desmodus rotundus , Lyssavirus, Raiva, Vigilância Epidemiológica