RESISTÊNCIA ENTRE PATÓGENOS DO GRUPO ESKAPE ISOLADOS DE PACIENTES INTERNADOS EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA DO EXTREMO NORTE BRASILEIRO (2016/2017).
RAQUEL VOGES CALDART 1, CÁTIA ALEXANDRA RIBEIRO MENESES1, LUISA TAJUJÁ ROCHA1, ERICA LOURENÇO DA FONSECA1, ANA CAROLINA PAULO VICENTE1
1. UFRR - UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA, 2. LACEN/RR - LABORATÓRIO CENTRAL DE SAÚDE PÚBLICA DE RORAIMA, 3. IOC/FIOCRUZ - LABORATÓRIO DE GENÉTICA MOLECULAR DE MICRORGANISMOS
raquel.voges@ufrr.br

Bactérias do grupo “ ESKAPE ” ( Enterococcus faecium , Staphylococcus aureus , Klebsiella pneumoniae , Acinetobacter baumannii , Pseudomonas aeruginosa , Enterobacter sp .) são uma gande preocupação relacionada a infecção nosocomial versus resistência a antibióticos. Este estudo avaliou a prevalência de espécies bacterianas e seu perfil de resistência a antibióticos em um hospital de grande porte na Amazônia brasileira. Em seis meses (outubro/2016-abril/2017) foram recuperados 280 isolados de casos de infecção de um hospital geral de referência situado na capital de Roraima. A identificação das espécies e o teste de suscetibilidade considerando as principais classes de antibióticos foram realizados com o sistema automatizado VITEK2. A produção de carbapenemases foi verificada pelo teste de Hodge modificado. A técnica de PFGE foi aplicada para a determinação da clonalidade entre as espécies. Os gêneros/espécies mais prevalentes foram Staphylococcus (n=60), K. pneumoniae (n=25), A. baumannii (n=26), P. aeruginosa (n=37) e Enterobacter (n=21), todos pertencentes ao grupo “ ESKAPE ”. Acerca da relação entre as espécies bacterianas e o sítio de infecção observou-se que P. aeruginosa , A. baumannii e E. cloacae foram mais frequentemente recuperadas de secreção traqueal e ponta de cateter, Staphylococcus foi mais prevalente no sangue, enquanto K. pneumoniae foi recuperado de secreção traqueal e urina. Entre os isolados que apresentam o perfil de resistência a múltiplas drogas, 18/26 A. baumannii , 7/37 P. aeruginosa , 11/25 K. pneumoniae e 1/21 E. cloacae eram sensíveis apenas a colistina (perfil COS) e 14/60 Staphylococcus ( S. aureus e S. epidermidis ) eram multirresistentes, mas suscetíveis à vancomicina. A análise de PFGE revelou que os isolados não clonais de A. baumannii foram os mais prevalentes entre as bactérias que apresentaram o perfil COS. Este achado está de acordo com estudos atuais realizados em São Paulo e Goiás, os quais apontam que as infecções nosocomiais foram causadas por isolados de A. baumannii resistentes a múltiplos fármacos. Vários isolados hospitalares de diferentes espécies pertencentes ao grupo ESKAPE que apresentaram o perfil COS foram produtores de carbapenemase de acordo com os resultados do teste de Hodge. Este estudo demonstrou a presença de linhagens altamente resistentes a múltiplas drogas, várias delas exibindo o perfil COS, associado a infecções em um hospital localizado na região amazônica.

Agência de fomento: Instituto Oswaldo Cruz e CNPq.



Palavras-chaves:  Carbapenemase, Grupo ESKAPE, Infecção hospitalar, Região Amazônica, Resistência a antibióticos