TUBERCULOSE VERTEBRAL (DOENÇA DE POTT) ASSOCIADA À ABSCESSO DE MÚSCULO PSOAS: RELATO DE CASO
MIRELE CARDIM FALCÃO 1, ANTÔNIO DINIZ1, DANDARA CAVALCANTI1, HEITOR BARROS1, JANAILA SILVA1, JOÃO FRANÇA1, MARIANNA MARQUES1, MARÍLIA LIMA1, MÔNICA TORRES1, PAULO SOUZA1, THAÍS LIMA1
1. FCM-UPE - Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pernambuco, 2. FPS - Faculdade Pernambucana de Saúde, 3. HUOC-UPE - Hospital Universitário Oswaldo Cruz
mirelecardim@hotmail.com

INTRODUÇÃO: A tuberculose (TB) é uma das principais causas de morte entre as doenças infecciosas. Dentre as formas da doença,  a musculoesquelética corresponde a 3% e a TB vertebral (doença de Pott) é responsável pela metade dos casos. O local mais acometido é a coluna torácica, seguida da coluna lombo-sacra. O abscesso de psoas é raro e pode ser classificado como primário ou secundário. OBJETIVO: Descrever caso de paciente com TB vertebral que evoluiu com febre e abscesso secundário do músculo psoas. DESENHO DO ESTUDO: Estudo descritivo do tipo relato de caso. MÉTODO: Coleta de informações em prontuário de paciente do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, correlacionando com literatura. RELATO DO CASO: Paciente masculino, 19 anos, admitido com queixa de dor lombar há 6 meses e abscesso em quadril à direita há 4 meses. Dor se intensificou nos últimos meses, sem déficit motor, sensitivo e relação com traumas. O abscesso era uma nodulação em parte anterior do quadril, que evoluiu com aumento, sem fistulizar. Referia febre recorrente e perda ponderal de 10 quilogramas em 6 meses, contato íntimo com portadores de TB, bacilíferos, em tratamento irregular. Chegou com RMN recente que mostrava coleções líquidas envolvendo as vértebras L4 e L5, comprimindo a face ventral do saco dural. Iniciou-se tratamento empírico para TB com COXCIP. Após punção do abscesso, o resultado do GeneXpertMTB/RIF foi positivo para TB e baciloscopia negativa. Fez-se drenagem do abscesso, retirou-se 2 litros de secreção e foi colocado dreno por 6 dias. Evoluiu assintomático, com melhora da dor e redução do abaulamento em região de abscesso. DISCUSSÃO: O envolvimento vertebral pode ser paradiscal, central ou anterior, sendo esse responsável pelo aparecimento de necrose óssea e abscessos. O abscesso na região lombar pode disseminar-se e acometer o músculo psoas, seja na forma primária, geralmente por via hematogênica, ou secundária, originado nos sítios de infecção adjacentes. O GeneXpert MTB/RIF é recomendado pela Organização Mundial de Saúde como diagnóstico inicial de TB extrapulmonar, mas apresenta baixa sensibilidade. Em artigo, TADESSE et al. apresentou 41 amostras positivas em 73 de aspiração por agulha de lesões suspeitas de TB no Sudoeste da Etiópia, monstrando que mais estudos sobre a utilidade desse exame são necessários para diagnóstico. CONCLUSÃO: O diagnóstico da TB Vertebral é um desafio. Por sua vez, após diagnóstico, o tratamento medicamentoso deve ser prontamente iniciado.



Palavras-chaves:  Tuberculose, Abscesso do Psoas, Diagnóstico Diferencial