BOTULISMO ALIMENTAR: O RELATO BEM SUCEDIDO DE UM DIAGNÓSTICO PRECOCE
MIRELE CARDIM FALCÃO 1, THAÍS LIMA DA SILVA1, JOÃO PAULO BERNARDO DANTAS DE FRANÇA1, PAULO RICARDO DE SOUZA JÚNIOR1, REGINELLE SOUSA TERTO JACOB1, TOMAZ CHRISTIANO DE ALBUQUERQUE GOMES1, ANA FLÁVIA DE MELO CAMPOS1, ANTONIO CASSIANO DINIZ NETTO1, DANDARA LUIZA DA COSTA CAVALCANTI1, MARÍLIA EVELYN SANTOS DE LIMA1, MARIANNA RACHEL NUNES MARQUES1, HEITOR BARROS DE PAIVA1, JANAILA MARIA DE AGUIAR SILVA1
1. FCM-UPE - Faculdade de Ciências Médicas - Universidade de Pernambuco, 2. HUOC - Hospital Universitário Oswaldo Cruz, 3. FPS - Faculdade Pernambucana de Saúde
mirelecardim@hotmail.com

O botulismo é uma doença neuroparalítica grave não-contagiosa decorrente da ação de neurotoxinas do Clostridium botulinum, encontrado  em solos, produtos agrícolas e produtos de origem animal. Apresenta-se sob as formas alimentar, intestinal e por ferimentos, com manifestações neurológicas ou gastrintestinais. É diagnosticada através da clínica, do estudo eletrofisiológico e da identificação da toxina ou cultura do bacilo. O tratamento consiste em medidas gerais de suporte, monitorização cardiorrespiratória, uso do soro antibotulínico e antibióticos, a depender da forma. Este trabalho objetiva relatar um caso de botulismo alimentar a partir da análise de prontuário de paciente admitido no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC). Homem, 48 anos, natural e procedente de Olinda-PE, chegou à triagem do Serviço de Doenças Infectoparasitárias (DIP) do HUOC com quadro - há 72 horas - de disfagia, disfonia e discreta paralisia facial generalizada. Negou febre e referiu posteriormente episódios de tremor em membros inferiores ao deambular. Os seus pais moravam com ele e estavam internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por Botulismo Alimentar Grave, há vinte dias. Pela alta suspeita clínico-epidemiológica e gravidade da doença, o paciente foi admitido na UTI, iniciando-se rapidamente soro antibotulínico (SAB), com necessidade de passagem de Sonda Nasoenteral (SNE) e de acompanhamento com fonoaudiologia e fisioterapia motora. Foram coletadas, então, amostras de sangue periférico, lavado gástrico e fezes para a pesquisa da toxina botulínica, as quais foram negativas. Em quatro dias, houve melhora clínica do paciente, com reabilitação fonoaudiológica e retirada de SNE, havendo posteriormente resolução dos sintomas e alta hospitalar. A literatura salienta que o botulismo alimentar advém do consumo direto da toxina ou de esporos do bacilo. Períodos de incubação longos sugerem menor gravidade e letalidade da doença. No caso relatado, o diagnóstico foi essencialmente clínico-epidemiológico com pronto início do SAB. O botulismo alimentar é prevenível, reforçando-se a necessidade de adoção de medidas higiênico-sanitárias. O sucesso terapêutico relaciona-se à precocidade do diagnóstico e do tratamento, que deve ser iniciado preferencialmente em UTI com atendimento multidisciplinar.

Palavras-chave: Botulismo, Clostridium botulinum, Diagnóstico Precoce,  Doenças Transmitidas por Alimentos, Toxinas Botulínicas.

 



Palavras-chaves:  Botulismo, Clostridium botulinum, Diagnóstico Precoce, Doenças Transmitidas por Alimentos, Toxinas Botulínicas