PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PORTADORES DE HBV NO ESTADO DE PERNAMBUCO
JÉFFERSON LUIS DE ALMEIDA SILVA 1, LÚCIA HELENA ARAÚJO PIRON1, LINDIANO ALVES FERREIRA1, KARLA DA SILVA FERREIRA DE SOUSA1, DANIELA MEDEIROS SALUSTIANO1, DANIELA CONCEIÇÃO LOPES FREITAS1, ANDERSON DE OLIVEIRA VASCONCELOS1
1. LACEN PE - Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco Dr. Milton Bezerra Sobral, 2. UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
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No estado de Pernambuco, o Laboratório Central de Saúde Pública Dr. Milton Bezerra Sobral (LACEN PE) é responsável pelo acompanhamento da carga viral em portadores do vírus da hepatite B (HBV). Mensurada pela quantificação de HBV-DNA via qPCR ( quantitative Polimerase Chain Reaction ), solicitada juntamente aos níveis séricos de HBeAg (Antígeno e do HBV) e ALT (Alanina Aminotransferase), torna-se ferramenta sensível para avaliar a indicação e/ou resposta ao tratamento com antivirais. Por esta razão, a análise do Boletim de Produção Ambulatorial (BPA) para solicitação do exame de carga viral do HBV é excelente indicador do estado clínico dos portadores deste vírus. O objetivo deste trabalho foi apresentar um perfil clínico e de prevalência da carga viral. Através de estudo retrospectivo, analisaram-se 644 BPA emitidos no ano de 2017 para análise de dados clínicos como presença de cirrose, alteração dos níveis de ALT, presença de sintomas, faixa etária, sexo, presença de HBeAg e uso de antivirais. A fim de mensurar a prevalência de casos com carga viral detectável (nº de casos X 100/nº de casos detectáveis), nos anos de 2014 a 2017 foram utilizados dados de exames liberados no Gerenciador do Ambiente Laboratorial, um sistema online do Ministério da Saúde para exames executados por todos LACEN do país. Com relação à distribuição por sexo e idade, foram identificados maiores índices entre homens (Masculino=55,3%; Feminino=44,6%) e maior frequência de casos na faixa etária de 30 a 59 anos (71,9%). Os indivíduos analisados comumente chegam a unidade de saúde assintomáticos (60,2%), com baixa frequência de cirrose (9,3%), com níveis normais de ALT (61,9%), HBeAg não reagente (65%) e sem uso de terapia antiviral (44,6%). A prevalência do HBV-DNA foi de 73,3% em 2014; 71,9% em 2015; 67,8% em 2016 e aproximadamente 71,6%. Foi constatado que na população avaliada, características clínicas associadas ao comprometimento hepático (níveis de ALT e cirrose), replicação viral (presença de HBeAg) e sintomatologia nem sempre refletem alta carga viral ou doença hepática ativa. Podendo apresentar HBV-DNA detectável em portadores crônicos, mesmo após o desaparecimento do HBeAg e em indivíduos que desenvolveram imunidade ao HBV após resolução espontânea da infecção aguda. Dessa maneira este quadro pode significar infecção por cepas virais selvagens (sem mutações no HBeAg), assim como variantes com mutações nas regiões pré-core ou core-promoter que impedem a produção do antígeno e.



Palavras-chaves:  Carga Viral, Epidemiologia, HBV-DNA, Prevalência