ESQUISTOSSOMOSE ECTÓPICA: UM RELATO DE CASO RARO. |
A Esquistossomose é uma doença endêmica em 19 estados brasileiros -do Espírito Santo ao Maranhão e em Minas Gerais- e agravada em regiões com piores índices de escolaridade, condições sanitárias precárias e com altos níveis de pobreza. Estima-se que no Brasil haja cerca de 12 milhões de pessoas com essa doença, sendo Alagoas o estado com maior prevalência no Nordeste. De seus 102 municípios, 72 estão na área de risco. É um estudo descritivo, observacional do tipo relato de caso com dados obtidos do sistema de prontuário eletrônico. Relato de Caso: Paciente, 44 anos, sexo feminino, G4PN2 natural de procedente de Arapiraca-AL apresentou queixa de menometrorragia há 8 meses. Iniciou tratamento com progestágeno isolado (Dienogeste 2 mg) contínuo, com melhora parcial. Devido persistência dos sintomas fora indicada histeroscopia diagnóstica com biópsia e manutenção da medicação. No procedimento observou-se pólipo endometrial de 3cm, com histopatológico evidenciando pólipo endometrial sem atipias. Após 3 meses retornou ao ambulatório com persistência do quadro. Foi indicada a histeroscopia cirúrgica para polipectomia na qual visualizou-se 2 pólipos ocupando toda cavidade, com exteriorização pelo óstio interno do colo uterino. Realizada polipectomias sem intercorrências. O histopatológico observou endométrio com arquitetura polipóide com neovascularização e infiltrado inflamatório crônico granulomatoso com células gigantes fagocitando ovos de S. mansoni. A paciente não apresentou outras manifestações da doença. A esquistossomose encontra-se largamente distribuída no Brasil, e constitui problema de saúde pública. Sua forma ectópica é a que se manifesta fora do sistema porta-hepática, hepatointestinal e hepatoesplênica e é rara. A esquistossomose genital, porém, é relativamente frequente em áreas endêmicas. Dados sobre a distribuição topográfica da esquistossomose genital no Brasil mostram o envolvimento, em ordem decrescente de importância, dos: ovários, colo do útero, útero, tubas uterinas, vulva e vagina. A esquistossomose no trato genital feminino pode ser assintomática e seus ovos são geralmente encontrados ao acaso, ou apresentar sangramentos pós-coito, intermenstruais e dismenorréia. Pode causar lesões hipertróficas e ulcerativas sendo associada ao desenvolvimento de neoplasias benignas como leiomiomas e teratomas ovarianos. Além disso pode provocar infertilidade e o aumento do risco de gravidez ectópica. Esquistossomose, Granuloma, Schistosoma mansoni, Útero. |