ESQUISTOSSOMOSE ECTÓPICA: UM RELATO DE CASO RARO.
JÚLIA TENÓRIO COSTA VIEIRA 1, RENATA STEFANNY ALVES LEITE1, WILLYAM BARROS SARAIVA1, LUCAS MATHEUS RODRIGUES SANTOS1, ALLANA LAÍS FURTADO GONÇALVES1, FELIPE DIAS DOS SANTOS1, GIULIA MARIA XIMENES VERDI1, PAULO TOJAL DANTAS MATOS 1, MYLENA LAURA DOS SANTOS PEREIRA1, BEATRIZ FERNANDES BARBOSA1, PAULLYANA FERNANDES BARBOSA1, TIAGO MONTE CAJUEIRO1, ANA PAULA FERNANDES BARBOSA1
1. UFAL - Universidade Federal de Alagoas, 2. CESMAC - Centro Universitário Cesmac, 3. UNIT - Centro Universitário Tiradentes, 4. UNCISAL - Universidade Ciências da Saúde de Alagoas
juliatenoriocvieira@gmail.com

A Esquistossomose é uma doença endêmica em 19 estados brasileiros -do Espírito Santo ao Maranhão e em Minas Gerais- e  agravada em regiões com piores índices de escolaridade, condições sanitárias precárias e com altos níveis de pobreza. Estima-se que no Brasil haja cerca de 12 milhões de  pessoas com essa doença, sendo Alagoas o estado com maior prevalência no Nordeste. De seus 102 municípios, 72 estão na área de risco. É um estudo descritivo, observacional do tipo relato de caso com dados obtidos do sistema de prontuário eletrônico. Relato de Caso: Paciente, 44 anos, sexo feminino, G4PN2 natural de procedente de Arapiraca-AL apresentou queixa de menometrorragia há 8 meses. Iniciou tratamento com progestágeno isolado (Dienogeste 2 mg) contínuo, com melhora parcial. Devido persistência dos sintomas fora indicada histeroscopia diagnóstica com biópsia e manutenção da medicação. No procedimento observou-se pólipo endometrial de 3cm, com histopatológico evidenciando pólipo endometrial sem atipias. Após 3 meses retornou ao ambulatório com persistência do quadro. Foi indicada a histeroscopia cirúrgica para polipectomia na qual visualizou-se 2 pólipos ocupando toda cavidade, com exteriorização pelo óstio interno do colo uterino. Realizada polipectomias sem intercorrências. O histopatológico observou endométrio com arquitetura polipóide com neovascularização e infiltrado inflamatório crônico granulomatoso com células gigantes fagocitando ovos de S. mansoni. A paciente não apresentou outras manifestações da doença. A esquistossomose encontra-se largamente distribuída no Brasil, e constitui problema de saúde pública. Sua forma ectópica é a que se manifesta fora do sistema porta-hepática, hepatointestinal e hepatoesplênica e é rara. A esquistossomose genital, porém, é relativamente frequente em áreas endêmicas. Dados sobre a distribuição topográfica da esquistossomose genital no Brasil mostram o envolvimento, em ordem decrescente de importância, dos: ovários, colo do útero, útero, tubas uterinas, vulva e vagina. A esquistossomose no trato genital feminino pode ser assintomática e seus ovos são geralmente encontrados ao acaso, ou apresentar sangramentos pós-coito, intermenstruais e dismenorréia. Pode causar lesões hipertróficas e ulcerativas sendo associada ao desenvolvimento de neoplasias benignas como leiomiomas e teratomas ovarianos. Além disso pode provocar infertilidade e o aumento do risco de gravidez ectópica.

Esquistossomose, Granuloma, Schistosoma mansoni, Útero.



Palavras-chaves:  Esquistossomose, Granuloma, Schistosoma mansoni, Útero