AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTILEISHMANIAL DE DERIVADOS INDÓLICOS EM LEISHMANIA SPP |
As leishmanioses são um complexo de doenças infecto-parasitárias causadas por protozoários do gênero Leishmania. Estas doenças acometem milhares de pessoas de países tropicais e subtropicais em desenvolvimento e representa um grande problema de saúde pública mundial. Atualmente, os fármacos disponíveis para o tratamento das leishmanioses apresentam muitos problemas, como alta toxicidade renal e cardíaca, alto custo, indução do aumento da resistência e contraindicações. Sendo assim, é indiscutível a necessidade de novas alternativas para o tratamento dessas doenças. Os derivados indólicos apresentam diversas aplicabilidades na medicina, porém, sua atividade antileishmanial ainda é pouco explorada. O presente estudo objetivou avaliar a atividade antileishmanial de cinco novos derivados indólicos ( DIn ) em L. amazonensis e L. chagasi . A atividade antipromastigota e a citotoxicidade em macrófagos peritoneais de camundongos BALB/c foram avaliadas pelo método colorimétrico do MTT, após 72h de tratamento. A atividade antiamastigota foi avaliada em macrófagos infectados com L. amazonensis transfectada com a “red fluorescent protein” (RFP), após 72h de tratamento, através de fluorimetria. No que diz respeito aos testes antipromastigotas, o composto DIn2 se destacou entre os demais compostos desta classe, apresentando um CI 50 de 9,44 e 13,01 µM em L. amazonensis e L. chagasi , respectivamente. Nenhum dos compostos desta classe apresentaram citotoxicidade em células de mamíferos até a máxima concentração testada (150 µM), o que representa grande vantagem em relação aos medicamentos disponíveis para o tratamento da doença. Quanto a atividade antiamastigotas de L amazonensis , os compostos DIn 2 e DIn 9 foram os mais efetivos (CI 50 de 48,87 µM e 55,90 µM, respectivamente) e portanto, mais seletivos para o parasito em relação à célula hospedeira (IS >3,07 e > 2,68). Apesar da atividade antileishmanial dos DIn não ser tão expressiva, o fato destes compostos não serem tóxicos para as células de mamíferos abrem perspectivas para síntese de novas moléculas, a partir da modificação estrutural, buscando potencializar a atividade biológica. Financiado por: FAPEMIG, CAPES, CNPq e UFJF. |