ATIVIDADE ANTI-BIOFILME DE MEL DOS AÇORES EM Pseudomonas aeruginosa E Candida albicans |
A utilização de mel para fins terapêuticos tem vindo a atrair muita atenção, em particular devido aos seus efeitos benéficos no tratamento de queimaduras, úlceras na pele, asma, tosse e distúrbios gastrointestinais. Esta utilização está associada às suas propriedades, nomeadamente à atividade antimicrobiana, antioxidante e anti-inflamatória. A formação de biofilmes pelas bactérias que infetam as feridas contribui para uma dificuldade acrescida no seu tratamento, pois as células bacterianas em biofilme se tornam mais resistentes aos antibióticos. A capacidade de inibição da aderência e formação de biofilmes bacterianos por mel tem vindo a ser investigada, incluindo mel português têm sido referido. O presente trabalho pretendeu avaliar a capacidade anti-biofilme de mel proveniente dos Açores em Portugal contra diferentes estirpes de Pseudomonas aeruginosa e a levedura Candida albicans . A inibição da aderência foi avaliada através de ensaio com cristal violeta utilizando 3 estirpes de Pseudomonas aeruginosa e 1 levedura Candida albicans . Como controle foi utilizado uma solução de clorohexidina a 0,2 %. Foi observado que a capacidade inibitória variou em função da concentração utilizada do mel testado e em função do microrganismo alvo. O mel Trevo e Multifloral de São Miguel a 25% foi o que melhor mostrou capacidade de inibição em todas as estirpes de P. aeruginosa e C. albicans . Em contraste o mel Multifloral de São Miguel a 12,5% não inibiu a adesão, mas sim induziu um estimulo da adesão para as estirpes de P. aeruginosa DCM939 e UAlg, bem como na levedura C. albicans . A solução controle com clorohexidina inibiu a adesão em todas as estirpes testadas. As amostras de mel dos Açores utilizadas neste trabalho evidenciaram capacidade para inibição da adesão da bactéria Pseudomonas aeruginosa . No entanto, não foi bastante eficaz para a Candida albicans onde a maior parte do mel estimulou a sua adesão. |