Incidência de Sífilis Congênita no estado de Pernambuco nos últimos 10 anos - Comparativo sobre a realização ou não de Pré-natal
GUSTAVO HENRIQUE RIBEIRO DA COSTA 1, ARIOSTO AFONSO DE MORAIS1, HENRIQUE VALENÇA DE SÁ1, DEOMEDES PEREIRA BARBOSA FILHO1, DANIEL CAVALCANTI SENA1, PEDRO PAULO ALBUQUERQUE CARACIOLO1
1. UNICAP - Universidade Católica de Pernambuco
gustav12@gmail.com

Introdução: A Sífilis Congênita é o resultado da disseminação hematogênica do Treponema pallidum na gestante infectada não-tratada ou inadequadamente tratada para o seu concepto, por via vertical, pelo canal de parto se houver lesões genitais maternas e através da amamentação. Existem dois estágios da doença: precoce, diagnosticada até́ dois anos de vida e tardia, após esse período. Devido a percepção empírica do aumento dos casos de Sífilis em geral na população de Pernambuco, houve a necessidade de levantar um estudo epidemiológico sobre essa doença. Objetivos: Caracterizar a incidência de Sífilis Congênita em Pernambuco, comparar a incidência em gestantes que realizaram ou não o pré-natal. Desenho do estudo: Estudo de incidência retrospectivo. Métodos: Foi utilizado a base de dados nacional DATASUS onde foi coletado dados epidemiológicos de Sífilis Materna e Congênita no estado de Pernambuco durante os anos de 2007 até 2017, analisando a incidência em gestantes que realizaram o pré-natal, assim como das que não o realizaram. Discussão: Foi observado um total de 11097 casos de Sífilis Congênita no período, sendo 8424 casos da doença quando a mãe realizou pré-natal, 1466 quando não realizou e 1207 com pré-natal ignorado. Ocorreu uma diminuição da incidência do ano 2007 a 2009, quando a partir de então a incidência atingiu em 2017 um aumento de 490,67%. A análise dos dados coletados, permite perceber uma desproporcionalidade entre o total de gestantes diagnosticadas com sífilis (7601 casos) com a incidência de Sífilis congênita (11097 casos). O número expressivo de casos diagnosticados de Sífilis congênita indica que o rastreio ocorre de modo eficaz tanto naquelas que realizaram pré-natal ou não. Todavia, o número maior de casos de Sífilis Congênita comparado com a Sífilis materna indica uma grande probabilidade de ocorrer uma falha na linha de cuidado ou que ocorreu uma subnotificação de gestantes diagnosticadas. Porém, não há dados exatos que indiquem o motivo da falha do sistema. Conclusão: Observou-se um aumento significativo na incidência de sífilis para todos os parâmetros analisados. Em Pernambuco ao se comparar as taxas de detecção de sífilis em gestantes com as taxas de sífilis congênita, foi identificado uma quantidade de sífilis congênita maior do que as taxas de detecção em gestantes. Isso remete a possíveis lacunas do tratamento na gestação, notificação deficiente em gestantes e do sistema de vigilância epidemiológica do estado.



Palavras-chaves:  Epidemiologia, Pré-natal, Sífilis congênita