SOROPREVALÊNCIA DA DOENÇA DE CHAGAS EM DOADORES DE SANGUE DE SERVIÇO DE REFERÊNCIA NO ESTADO DA BAHIA
DIEGO LOPES PAIM MIRANDA 1,2, MITERMAYER GALVÃO DOS REIS 1,2, GILMAR RIBEIRO JR 1,2, FERNANDA CARDOSO LANZA 1,2, RENATO BARBOSA REIS1,2, MARINHO MARQUES DA SILVA NETO 1,2, IRAILDES DE JESUS SANTANA1,2, FRED LUCIANO NEVES SANTOS 1,2, DEBORAH BITTENCOURT MOTHÉ FRAGA 1,2
1. IGM - FIOCRUZ - Instituto Gonçalo Moniz - Fundação Oswaldo Cruz, 2. FAMEB - UFBA - Faculdade de Medicina da Bahia - Universidade Federal da Bahia, 3. FUNDAÇÃO HEMOBA - Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia, 4. YALE - Universidade Yale
diegolpmiranda@hotmail.com

A doença de Chagas é causada pelo protozoário  T.   cruzi  e sua situação epidemiológica global merece destaque, visto que existem entre 6 e 7 milhões de indivíduos acometidos no mundo. Na Bahia, sua prevalência já atingiu 25,1% em áreas endêmicas. Sabe-se que há associação entre a doença de Chagas e o perfil social, sendo mais vulneráveis moradores da zona rural, com baixa renda, que vivem em precárias condições de vida e baixa escolaridade. Mas observa-se risco de re-emergência em centros urbanos por transmissão vetorial, vertical, por transplante de órgãos e transfusão sanguínea. Temos como objetivo determinar a prevalência e descrever o perfil epidemiológico dos doadores de sangue da Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia (Hemoba) detectados nos testes de triagem, com sorologia não-negativa para infecção pelo  T. cruzi . Trata-se de um estudo de corte transversal, em que foram coletados dados dos sistemas de informação dos indivíduos com sorologia não-negativa para T. cruzi  que doaram sangue na Fundação Hemoba nos últimos 10 anos, dispensando o TCLE. As variáveis foram compiladas em representações gráficas e os municípios de procedência distribuídos em mapas através de georreferenciamento. Após análise, somaram-se 500.256 doadores e 825.041 doações. Em uma primeira triagem sorológica, foram identificadas 3.084 (0,616%) amostras não negativas. 48,18% (1.486) desses pacientes retornaram para realização de segunda triagem, dos quais 810 (0,16%) foram definidos como não-negativos para a infecção pelo  T. cruzi . Quanto à distribuição por sexo, houve maior prevalência do sexo masculino (58%). No que se diz respeito ao grupo étnico, o grupo mestiço liderou com 49%, seguido pelo caucasiano brasileiro (34%). Observamos menor prevalência em extremos de idade, havendo maior prevalência aos 37 anos. Quanto à distribuição geográfica, 93% dos indivíduos nasceram na Bahia e o município de procedência com maior prevalência foi Salvador (26%), seguido de Barreiras (17%), ambos na Bahia. Os resultados corroboram com dados da literatura quanto à distribuição por sexo e idade, além de salientar a associação entre prevalência da doença e baixa escolaridade e moradores da zona rural. A análise completa das características epidemiológicas dos indivíduos com doença de Chagas dentre os doadores de sangue contribuirá para realização de um inquérito sorológico.  Palavras-chaves : 1.Doença de Chagas; 2. Epidemiologia; 3. Perfil epidemiológico; 4. Soroprevalência.



Palavras-chaves:  Doença de Chagas, Epidemiologia, Perfil Epidemiológico, Soroprevalência