PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ÓBITOS POR SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE NO ESTADO DA BAHIA – 2009 A 2018.
ANA FRANCESKA COTRIM SILVA 1, ALINE ANNE FERREIRA DE DEUS1, RAMON DA COSTA SAAVEDRA1
1. DIVEP - Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Estado da Bahia
anafranceskacotrim@hotmail.com

Introdução: A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) caracteriza-se pela presença de febre de início súbito, acompanhada de tosse ou dor de garganta e pelo menos um dos seguintes sintomas: cefaleia, mialgia e artralgia acrescida de dispneia ou saturação de O 2 menor que 95% e sinais de desconforto respiratório. Indivíduos de todas as idades são suscetíveis, porém as faixas etárias de maior risco são menores de dois e maiores de 60 anos. A transmissão é de pessoa a pessoa, através das vias respiratórias. Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico dos óbitos por SRAG no estado da Bahia, no período de 2009 a 2018. Desenho do estudo: Descritivo Observacional Transversal. Métodos: Estudo realizado a partir do levantamento de dados secundários disponíveis no SINAN Influenza Web, com análise das variáveis distribuição espacial, etiologia, sexo e faixa etária, na Bahia, no período de 2009 a 2018. Os dados foram tabulados por meio do TabWin, processados em planilha Excel, descritos, analisados e apresentados em forma de texto, gráficos e mapas. Resultados: Na Bahia, entre 2009 e 2018, foram notificados no SINAN Influenza Web 5.905 casos de SRAG. Destes, 400 evoluíram à óbito, destacando-se os municípios de Salvador (97 casos - 24,3%), Vitória da Conquista (23 - 5,8%), Jequié (21 - 5,3%), Feira de Santana (16 - 4,0 %) e Juazeiro (13 - 3,3%). Na classificação final, 233 óbitos foram por etiologia não especificada, 107 por Influenza, 39 por outros vírus respiratórios, 12 por outros agentes etiológicos e 9 ignorado ou em branco. Não houve diferença significativa na distribuição por sexo: 53,3% feminino e 46,8% masculino. A faixa etária com maior percentual de óbitos foi 60 anos ou mais (23,5%), seguida por menor de 2 anos (18,8%). Estas duas faixas etárias somadas com a faixa de 2 a 4 anos representam 46,3% dos óbitos registrados no estado. Discussão: Apesar da identificação de outros vírus respiratórios e do maior percentual de óbitos sem esclarecimento do agente etiológico, observa-se alto potencial do vírus Influenza para levar à óbito. Chama atenção a predominância de óbitos nos grupos prioritários para recebimento da vacina na rede pública. Conclusão: Esse estudo reitera a importância em manter as campanhas anuais de vacinação contra Influenza com metas adequadas, bem como o monitoramento dos casos de SRAG através da notificação e coleta de amostras. Ressalta-se, por fim, a necessidade do tratamento oportuno com antiviral como estratégia de comprovada eficácia.



Palavras-chaves:  Causas de Óbito, Perfil Epidemiológico, SRAG