PERSISTÊNCIA DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA EM ÁREA DE TRANSMISSÃO INTENSA NA AMAZÔNIA LEGAL BRASILEIRA
HELCILEIA DIAS SANTOS ¹, JACQUELINE DE JESUS SILVA¹, SUIANE SILVA DE ARAÚJO¹, ELDA GOLVEIA DOS SANTOS¹, TAIÃ MAIRON PEIXOTO RIBEIRO¹, SAMARA ROCHA GALVÃO¹, BRUNA BARBOSA DE SOUSA¹, ARIANE CARDOSO CIRQUEIRA¹, SILVIA MINHARRO BARBOSA¹
1. UFT/PPGSASPT - Universidade Federal do Tocantins - Programa de Pós-Graduação em Sanidade Animal e Saúde Pública nos Trópicos, 2. UFT - Universidade Federal do Tocantins - Curso de Medicina Veterinária
hdsantos@uft.edu.br

A leishmaniose visceral (LV) é uma doença sistêmica e crônica que pode apresentar alta letalidade em situações de diagnóstico e tratamento tardio. É uma zoonose causada, nas Américas, pelo protozoário Leishmania infantum e tem como principal reservatório urbano o cão doméstico. O Brasil registra a maioria dos casos da doença e, na última década, tem se observado a expansão da LV para a região Norte do Brasil, onde a maior incidência é registrada no Estado do Tocantins. Araguaína é o município do estado que possui o maior número de notificações e as medidas de controle da LV preconizadas pelo Ministério da Saúde, são adotadas pelas secretarias de saúde municipal e estadual. Buscando verificar a situação epidemiológica da doença no reservatório urbano, este estudo objetivou determinar a soroprevalência de LV em cães domiciliados na zona urbana do município de Araguaína. A população estudada foi constituída considerando prevalência esperada de 24,8% e nível de confiança de 6%. As amostras foram coletadas em cães presentes em residências localizadas em bairros do município, que foram sorteados aleatoriamente. A pesquisa de anticorpos foi realizada por meio do Teste DPP ^® – Leishmaniose Canina e do teste de aglutinação direta (TAD) usando promastigotas de Leishmania infantum . Foram analisadas 199 amostras de cães machos e fêmeas, com idade a partir de 2 meses e de diferentes raças. No teste rápido 102 (51,3%) animais foram positivos, enquanto no teste de aglutinação direta 115 (57,8%) apresentaram soropositividade na titulação 1:80 e 62 (31,2%) foram positivos na titulação 1:160. Os resultados encontrados indicam que, apesar do município desenvolver ações de controle direcionadas a LV no reservatório canino, o agente persiste circulante, com elevada frequência entre cães da zona urbana de Araguaína, o que pode resultar na elevação da incidência de casos humanos da doença nos anos seguintes. Portanto, ressalta-se a importância do investimento em ações de controle e pesquisas buscando identificar características relacionadas ao agente, hospedeiros e ambiente, nas diferentes regiões brasileira, com a finalidade de gerar informações úteis na tomada de decisões no momento de reavaliação do programa de controle da Leishmaniose Visceral no Brasil.