FREQUÊNCIA DE ANTICORPOS ANTI-LEISHMANIA INFANTUM EM DOADORES DE SANGUE DE ÁREA ENDÊMICA NA AMAZÔNIA LEGAL |
A Leishmaniose Visceral (LV) é apontada como um problema social que ainda resulta elevados custos para a saúde pública, sendo considerada pela Organização Mundial de Saúde uma prioridade em meio a diversas doenças tropicais existentes. O portador da infecção pode apresentar características clínicas da doença, sendo possível variar de formas oligossintomáticas até condições mais severas e o óbito. No cenário brasileiro, as regiões Nordeste e Norte respondem pela maioria dos casos novos de LV notificados em humanos. É conhecido que a principal forma de transmissão da infecção é por meio da picada da fêmea de flebotomíneos infectada, contudo existem outras formas menos frequentes de transmissão, e entre elas a transfusão sanguínea. A LV é uma condição de inaptidão para a doação de sangue, conforme preconiza o Ministério da Saúde, sendo assim é importante obter mais informações sobre esta zoonose na triagem laboratorial dos candidatos a doação de sangue, especialmente nas regiões que possuem elevada incidência da doença. Essa pesquisa objetivou determinar a prevalência da infecção por Leishmania infantum em população doadora de sangue do Hemocentro Regional de Araguaína-TO. A análise foi realizada por meio do soro de 400 doadores de sangue que aceitaram participar da pesquisa através da assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Para a pesquisa de anticorpos anti-leishmnia foi utilizado o teste de aglutinação direta (TAD) usando promastigotas de Leishmania infantum . No TAD, trinta doadores (7,5%) apresentaram soropositividade na titulação 1:20, 6 (1,5%) até a titulação 1:80 e 2 (0,5%) até a titulação 1:160. Os resultados mostraram que doadores de sangue de regiões endêmicas para LV foram expostos ao agente etiológico da infecção, indicando a necessidade de maior atenção na vigilância da doença entre doadores de sangue, especialmente em áreas com alta incidência, levando-se em consideração o risco de transmissão desta enfermidade através de transfusão sanguínea. Ressalta-se, portanto, a necessidade de novas políticas de saúde que estendam o bloqueio da infecção e diminuam o risco de transmissão por outros possíveis meios, como a transfusão sanguínea. |