FREQUÊNCIA DE ANTICORPOS ANTI-LEISHMANIA INFANTUM EM DOADORES DE SANGUE DE ÁREA ENDÊMICA NA AMAZÔNIA LEGAL
OSMAR NEGREIROS FILHO2,1,3, HELCILEIA DIAS SANTOS 2,1,3, SILVIA MINHARRO BARBOSA2,1,3, DÉBORA GONÇALVES TAVARES2,1,3, SAMARA ROCHA GALVÃO2,1,3, BRUNA ALEXANDRINO2,1,3
1. UFT - Universidade Federal do Tocantins, 2. SESAU/TO - Secretaria Estadual de Saúde do Estado do Tocantins , 3. UNITPAC - Centro Universitário Tocantinense Presidente Antonio Carlos
hdsantos@uft.edu.br

A Leishmaniose Visceral (LV) é apontada como um problema social que ainda resulta elevados custos para a saúde pública, sendo considerada pela Organização Mundial de Saúde uma prioridade em meio a diversas doenças tropicais existentes. O portador da infecção pode apresentar características clínicas da doença, sendo possível variar de formas oligossintomáticas até condições mais severas e o óbito. No cenário brasileiro, as regiões Nordeste e Norte respondem pela maioria dos casos novos de LV notificados em humanos. É conhecido que a principal forma de transmissão da infecção é por meio da picada da fêmea de flebotomíneos infectada, contudo existem outras formas menos frequentes de transmissão, e entre elas a transfusão sanguínea. A LV é uma condição de inaptidão para a doação de sangue, conforme preconiza o Ministério da Saúde, sendo assim é importante obter mais informações sobre esta zoonose na triagem laboratorial dos candidatos a doação de sangue, especialmente nas regiões que possuem elevada incidência da doença. Essa pesquisa objetivou determinar a prevalência da infecção por Leishmania infantum em população doadora de sangue do Hemocentro Regional de Araguaína-TO. A análise foi realizada por meio do soro de 400 doadores de sangue que aceitaram participar da pesquisa através da assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Para a pesquisa de anticorpos anti-leishmnia foi utilizado o teste de aglutinação direta (TAD) usando promastigotas de Leishmania infantum . No TAD, trinta doadores (7,5%) apresentaram soropositividade na titulação 1:20, 6 (1,5%) até a titulação 1:80 e 2 (0,5%) até a titulação 1:160. Os resultados mostraram que doadores de sangue de regiões endêmicas para LV foram expostos ao agente etiológico da infecção, indicando a necessidade de maior atenção na vigilância da doença entre doadores de sangue, especialmente em áreas com alta incidência, levando-se em consideração o risco de transmissão desta enfermidade através de transfusão sanguínea. Ressalta-se, portanto, a necessidade de novas políticas de saúde que estendam o bloqueio da infecção e diminuam o risco de transmissão por outros possíveis meios, como a transfusão sanguínea.

 



Palavras-chaves:  Calazar, Epidemiologia, Prevenção, Serviço de hemoterapia, Transfusão de sangue