PERFIL FENOTÍPICO E GENOTÍPICO DE ENTEROBACTÉRIAS RESISTENTES AOS β-LACTÂMICOS |
As enterobactérias são microrganismos envolvidos com infecções bacterianas adquiridas na comunidade e nos ambientes dos cuidados com a saúde. O tratamento das infecções bacterianas na maioria das vezes é realizado com a utilização de antibióticos e uma das maiores classes de antimicrobianos é a dos β-lactâmicos. Entre os principais mecanismos de resistência aos antimicrobianos β-lactâmicos observa-se: alteração do alvo antimicrobiano; alteração da permeabilidade ao β-lactâmico; bombas de e-fluxo e a presença de mecanismos enzimáticos que destroem o β-lactâmico. Essas enzimas são conhecidas como beta-lactamases e são codificadas por genes específicos. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi correlacionar o perfil de resistência das enterobactérias, utilizando metodologias fenotípicas e identificar 14 genes que codificam as enzimas beta-lactamases: genes bla OXA; bla IMP; bla NDM; bla SME; bla DHA; bla CMY, bla TEM, bla KPC, bla SPM, bla CTX-M, bla VIM, bla SIM, bla GIM e bla SHV. As metodologias fenotípicas utilizadas foram o Teste de Sensibilidade aos Antimicrobianos por disco-difusão, e testes complementares para detecção dos mecanismos de resistência das beta-lactamases (ESBL, MBL, AmpC e Carbapenemase). A metodologia molecular utilizada foi a qPCR, utilizando o sistema Sybr Green. Entre os resultados fenotípicos encontrados nas bactérias observou-se que 74,28% foram resistentes a ampicilina, 34,28% foram resistentes a aztreonam, 62,85% foram resistentes a amoxicilina associado ao clavalunato, 51,42% foram resistentes a ceftazidima, 41,42% foram resistentes cefoxitina, 54,28% foram resistentes a cefazolina, 44,28% foram resistentes a cefepime, 41,42% foram rsistentes a ceftriaxona, 8,57% foram resistentes a cefuroxima, 35,71% foram resistentes a imipenem e 41,42% foram resistentes a piperacilina associada tazobactam. Entre o total de amostras, o mecanismo de resistência que apresentou maior expressão foi o ESBL (17,14%). Os genes estudados que foram detectados em um maior número de gêneros foram o bla GIM e o bla SIM (66,66% das amostras). O gene que foi amplificado em um menor número de amostras foi o bla VIM (16,66%). Conclui-se assim que apesar de haver baixa correlação entre as metodologias analisadas, os níveis de resistência a antimicrobianos em enterobactérias são altos e preocupantes e uma maneira de minimizar a acelerada emergência de resistência inclui o desenvolvimento ou aprimoramento de técnicas que gerem diagnósticos com alta eficiência e rapidez. |