Avaliação dos casos de Leishmaniose Visceral no estado de Ceará-Brasil durante o período de 2014 a 2017
NAYARA SANDRIELE SANTANA DE SOUZA 1, CLÁUDIO GABRIEL PINTO1, CARLOS HENRIQUE BEZERRA DE SIQUEIRA1, SANTÍLIA TAVARES RIBEIRO DE CASTRO E SILVA1, SONIELY NUNES DE MELO1, IZABELLE BARBOSA DA SILVA1, MAYLLA BIANCA BARBOSA TAVARES1, BRUNA RAFAELLA SANTOS TORRES1, RAYANA RIBEIRO TRAJANO DE ASSIS1, DIEGO FIGUEIRÊDO MACÊDO SECUNDO1
1. UNIT - Centro universitário Tiradentes, 2. FCM - Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba
claudiogp97@gmail.com

A Leishmaniose Visceral (LV) é uma doença crônica grave que quando não tratada pode evoluir para óbito em mais de 90% dos casos. É causada pelo protozoário do gênero  Leishmania , sendo nas Américas, o agente etiológico mais comum a  L. chagasi . No Brasil, a principal forma de transmissão é através da fêmea de insetos flebotomíneos das espécies  Lutzomyia longipalpis  e  L.Cruzi  infectados. Os sintomas incluem febre de longa duração, hepatoesplenomegalia, emagrecimento e palidez cutâneo mucosa. No Brasil, a LV acomete pessoas de todas as idades, contudo na maior parte das áreas endêmicas a doença acomete, principalmente, crianças menos de 10 anos. O objetivo desse estudo foi realizar uma análise epidemiológica dos casos confirmados de Leishmaniose Visceral na região Nordeste, especificamente no estado do Ceará, no intervalo de 2014 a 2017, comparando-os com dados brasileiros do mesmo período. Trata-se de um estudo epidemiológico, retrospectivo, descritivo, de método quantitativo. Os dados foram extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN/Net) via programa TabWin (DATASUS), no período de 2014 a 2017, organizados e filtrados com as variáveis sexo e faixa etária, sendo analisados posteriormente em planilhas no Excel 2016. De acordo com as notificações registradas, foi observado no Brasil um total de 14.734 novos casos de LV no período de 2014 a 2017, sendo que 8.314 ocorreram no Nordeste, representando 56,42% dos casos notificados. Dentre esses, o estado do Ceará apresentou 1.806 novos casos, correspondendo a 21,72% das notificações regionais e 12,25% das nacionais. Do total de casos cearenses, as incidências de LV distribuíram-se da seguinte forma: 580 (32,11%) em 2014, 506 (28,01%) em 2015, 354 (19,60%) em 2016 e 366 (20,26%) em 2017. Ademais, analisou-se a incidência dos casos quanto a idade, obtendo os seguintes resultados: 630 (34,88%) casos de crianças menores que 10 anos, 134 (7,41%) em crianças menores de 1 ano, 383 (21,22%) em crianças de 1 a 4 anos, 113 (6,25%) em crianças de 5 a 9 anos. Além disso, 69,82% ocorreram no gênero masculino e 30,18% no gênero feminino. A Leishmaniose Visceral está associada a condições socioambientais propícias à proliferação dos flebotomíneos e aos locais onde há migração de população humana e canina originárias de áreas endêmicas. O processo de crescimento e urbanização da LV traz à tona a necessidade de se continuar a estabelecer medidas eficazes de controle da doença.



Palavras-chaves:  Doenças negligenciadas, Epidemiologia, Flebotomíneos, Leishmaniose visceral