PERFIL DAS CRIANÇAS COM SÍNDROME CONGÊNITA ASSOCIADA AO ZIKA VÍRUS NO MUNICÍPIO DE PERNAMBUCO
SIMONE ALINE ARAÚJO GUIMARÃES DE SÁ 1, CLAUDIA CAVALCANTI GALINDO1, MARIA EMÍLIA VIDAL TELES1, REGINA SANTOS DANTAS1, LUCIANA PAULA FERNANDES DUTRA1, SÉRGIO RICARDO OLIVEIRA DE SÁ1, JOSÉ CARLOS DE MOURA1
1. UNIVASF - Universidade do Vale do São Francisco, 2. FACAPE - Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas Petrolina
SIMONEALINEARAUJO@HOTMAIL.COM

O súbito aumento no número de casos de microcefalia no Brasil em 2015 surgiu como um evento epidemiológico inesperado, tendo concentrado a maioria dos casos na região Nordeste. Em Pernambuco, onde houve inicialmente o maior número de registros, contabilizou-se entre 2015 e 2017 um acumulado de 436 casos confirmados. Sendo que no ano de 2017, até o mês de outubro, o Estado notificou 173 casos de Síndrome Congênita Associada ao Zika Vírus (SCZv), com 13 confirmados e 101 em investigação. A síndrome está associada a acometimentos funcionais, que acarretam prováveis limitações no desenvolvimento da criança. Esse estudo teve como objetivo traçar o perfil das crianças com SCZv no município de Petrolina, no Estado de Pernambuco. Foi r ealizado estudo descritivo, de cunho exploratório, com abordagem quanti-qualitativa, sendo aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Vale do São Francisco, sob parecer nº 1.718.310.  Para melhor acompanhamento dos dados, f oi utilizado o Programa Microsoft Excel 2016. A população foi composta por 100% das crianças com diagnóstico da SCZv acompanhadas pela rede pública, na Unidade Básica de Saúde de referência do município. No grupo estudado houve predominância do sexo masculino, correspondendo a 77,78%, contra 22,22% do sexo feminino, diferente do perfil dos nascidos vivos com microcefalia no cenário brasileiro, onde o sexo feminino (58%) é predominante em detrimento do masculino (41%). Segundo avaliação do perímetro cefálico e classificação da Tabela Intergrowth de crianças, percebe-se que a população estudada é composta por crianças classificadas como casos severos. Esses resultados assemelham-se aos da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, que registrou entre os casos notificados e confirmados, associados à infecção pelo zika vírus, um maior número de microcefalia severa (53,3%) em relação aos demais casos (22,4%). Diversas situações estão relacionadas com o atraso do desenvolvimento infantil: condições na concepção, gestação e parto, além de ocorrências de forma transitória. Esse atraso, assim como o comprometimento do sistema nervoso, é identificado em 100% das crianças com SCZv do estudo.



Palavras-chaves:  Crianças com deficiência, Unidade de saúde, Zika vírus