PERFIL SÓCIO-ECONÔMICO DAS GENITORAS DE CRIANÇAS COM SÍNDROME CONGÊNITA ASSOCIADA AO ZIKA VÍRUS NO MUNICÍPIO DE PERNAMBUCO E SUAS IMPLICAÇÕES NOS PROGRAMAS SOCIAIS
SIMONE ALINE ARAÚJO GUIMARÃES DE SÁ 1, CLAUDIA CAVALCANTI GALINDO1, MARIA EMÍLIA VIDAL TELES1, REGINA SANTOS DANTAS1, LUCIANA PAULA FERNANDES DUTRA1, SÉRGIO RICARDO OLIVEIRA DE SÁ1, JOSÉ CARLOS DE MOURA1
1. UNIVASF - Universidade do Vale do São Francisco, 2. FACAPE - Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas Petrolina
SIMONEALINEARAUJO@HOTMAIL.COM

No Brasil, em 2015, houve aumento no número de casos de microcefalia, tendo concentrado a maior parte dos casos na região Nordeste, em Pernambuco. A partir de 2016, os casos ganharam maior destaque com a declaração de emergência de saúde pública de importância internacional, sobre a situação da microcefalia registrada no país, considerando também os casos parecidos que ocorreram na Polinésia Francesa em 2014, por provável relação com a infecção pelo vírus zika. Em estudo realizado com crianças com microcefalia no Brasil, as condições sócios-econômicas das famílias foram consideradas desfavoráveis. Esse estudo teve como objetivo traçar o perfil sócio econômico das genitoras de crianças com Síndrome Congênita Associada ao Zika Vírus (SCZv) no município de Petrolina - Pernambuco e suas implicações nos programas sociais. Realizado estudo descritivo, exploratório, com abordagem quanti-qualitativa, aprovado pelo Comitê de Ética da UNIVASF, sob parecer nº 1.718.310. A população foi de 100% das genitoras de crianças com diagnóstico da SCZv acompanhadas no serviço público de referência do município. Foi utilizado o Programa Microsoft Excel 2016. Em relação à mãe da criança SCZv do presente estudo, destaca-se a predominância da faixa etária de 20 a 24 anos (44%). Em relação à escolaridade, 100% possuíam de 5 a 11 anos de estudo. O rendimento de até 1,6 salário mínimo constituiu um maior percentual (77,78%). A Lei 13.301/2016, prevê a concessão do Benefício de Prestação Continuada, considerando a renda per capita das famílias de crianças com microcefalia, beneficiando as que possuem renda menor que um quarto do salário por pessoa. Embora a maioria das mães encontrava-se em situação de baixa renda, ainda não haviam sido contempladas. A situação de moradia da maioria era cedida (44,45%). As beneficiárias das casas doadas, embora em menor percentual (11,11%), citaram a relevância da concessão de habitação, através da Portaria 321/2016 que facilita o acesso ao programa social Minha Casa Minha Vida. As genitoras adquiriram o direito à licença maternidade estendida, cento e oitenta dias, através da Lei Federal. Entre as mães, 11,11% obtiveram a concessão ampliada de seis para doze meses, baseada na Lei Municipal/2016, para servidoras de filho com deficiência. Dessa forma, observa-se que as mães das crianças com a SCVz são jovens com condições sócios-econômicas desfavoráveis, fazendo necessário programas sociais mais efetivos, pois ainda é de maneira incipiente.



Palavras-chaves:  Apoio social, Crianças com deficiência, Zika Vírus