FAUNA DE FLEBOTOMINEOS (DIPTERA: PSYCHODIDAE: PHLEBOTOMINAE) EM MUNICIPIOS DE MATO GROSSO DO SUL
PAULO SILVA ALMEIDA3, DIOELEN VIRGÍNIA BORGES SOUZA DE AQUINO COELHO3, GABRIEL BARBOSA COSTA3, AGRUSLÁVIA REZENDE DE SOUZA3, JOÃO CESÁRIO TABOSA3, ROSILENE FRANCISCA MOREIRA3, MANOEL SEBASTIÃO DA COSTA LIMA JUNIOR 3, HERINTHA COETO NEITZKE-ABREU3
1. IAM - Instituto Aggeu Magalhães - FIOCRUZ, 2. UFGD - Universidade Federal da Grande Dourados, 3. NRSDDOS-SESMS - Núcleo Regional de Saúde de Dourados - Secretaria de Estado da Saúde do Mato Grosso do Su
herinthaabreu@ufgd.edu.br

As leishmanioses são consideradas um problema de saúde pública e uma das cinco doenças infecto-parasitárias endêmicas de maior relevância. São antropozoonoses em expansão geográfica no Brasil. A doença tem como vetores fêmeas de flebotomineos e apresenta duas formas clinicas: a leishmaniose tegumentar (LT) que inclui as formas cutânea, mucocutânea e difusa e a leishmaniose visceral (LV) que acomete vísceras. O envolvimento de flebotomíneos na transmissão das leishmanioses mostra a importância de investigações sobre a fauna e o comportamento, uma vez que o déficit de informações no Estado de Mato Grosso do Sul dificulta o desenvolvimento de medidas de controle desta doença. O objetivo foi conhecer a fauna e o comportamento de flebotomineos em áreas urbanas de municípios do Estado de Mato Grosso do Sul com transmissão de LV. Os flebotomíneos foram coletados com armadilhas tipo CDC, no intradomicílio, peridomicílio e mata, em quatro diferentes municípios: Anastácio, Aquidauana, Bataguassu e Dourados, em dois ou três dias consecutivos, entre março/2017 a fevereiro/2018. Os insetos foram identificados quanto ao sexo e espécie. Foram coletados 349 insetos em Anastácio sendo 23,5% (n=82) fêmeas, 61 insetos em Aquidauana sendo 37,7% (n=23) fêmeas, 11 insetos em Bataguassu sendo 27,2% (n=3) fêmeas e 372 insetos em Dourados sendo 29,0% (n=108) fêmeas, totalizando 793 flebotomíneos. Quanto à espécie, a maioria dos exemplares coletados foram da espécie Lutzomyia longipalpis. O ambiente do peridomicilio (área externa das residências próximo ou dentro de canil e/ou galinheiro) foi onde mais flebotomíneos foram capturados (n=614), seguida do ambiente intradomiciliar (n=89) e mata (n=90). A detecção de flebotomíneos e casos humanos já registrados nos municípios estudados, alertam para a necessidade de intensificar de medidas preventivas e controle desse vetor nos referidos municípios.

Palavras-chaves:  Leishmanioses, Leishmania , Lutzomyia longipalpis