FAUNA DE FLEBOTOMINEOS (DIPTERA: PSYCHODIDAE: PHLEBOTOMINAE) EM MUNICIPIOS DE MATO GROSSO DO SUL |
As leishmanioses são consideradas um problema de saúde pública e uma das cinco doenças infecto-parasitárias endêmicas de maior relevância. São antropozoonoses em expansão geográfica no Brasil. A doença tem como vetores fêmeas de flebotomineos e apresenta duas formas clinicas: a leishmaniose tegumentar (LT) que inclui as formas cutânea, mucocutânea e difusa e a leishmaniose visceral (LV) que acomete vísceras. O envolvimento de flebotomíneos na transmissão das leishmanioses mostra a importância de investigações sobre a fauna e o comportamento, uma vez que o déficit de informações no Estado de Mato Grosso do Sul dificulta o desenvolvimento de medidas de controle desta doença. O objetivo foi conhecer a fauna e o comportamento de flebotomineos em áreas urbanas de municípios do Estado de Mato Grosso do Sul com transmissão de LV. Os flebotomíneos foram coletados com armadilhas tipo CDC, no intradomicílio, peridomicílio e mata, em quatro diferentes municípios: Anastácio, Aquidauana, Bataguassu e Dourados, em dois ou três dias consecutivos, entre março/2017 a fevereiro/2018. Os insetos foram identificados quanto ao sexo e espécie. Foram coletados 349 insetos em Anastácio sendo 23,5% (n=82) fêmeas, 61 insetos em Aquidauana sendo 37,7% (n=23) fêmeas, 11 insetos em Bataguassu sendo 27,2% (n=3) fêmeas e 372 insetos em Dourados sendo 29,0% (n=108) fêmeas, totalizando 793 flebotomíneos. Quanto à espécie, a maioria dos exemplares coletados foram da espécie Lutzomyia longipalpis. O ambiente do peridomicilio (área externa das residências próximo ou dentro de canil e/ou galinheiro) foi onde mais flebotomíneos foram capturados (n=614), seguida do ambiente intradomiciliar (n=89) e mata (n=90). A detecção de flebotomíneos e casos humanos já registrados nos municípios estudados, alertam para a necessidade de intensificar de medidas preventivas e controle desse vetor nos referidos municípios. |