DETECÇÃO DE ANTICORPOS ANTI-Trypanosoma cruzi EM PACIENTES ATENDIDOS NA CIDADE DE TERESINA-PIAUÍ NO PERÍODO DE 2010 A 2017
DARWIN RENNE FLORÊNCIO CARDOSO1, JÉSSICA PEREIRA DOS SANTOS1, JOSÉ FELIPE PINHEIRO DO NASCIMENTO VIEIRA1, POLYANNA ARAÚJO ALVES BACELAR 1, RANIERI FLÁVIO VIANA DE SOUSA1, JACENIR REIS DOS SANTOS MALLET 1
1. PGMT/IOC/FIOCRUZ RJ - Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical da Fundação Oswaldo Cruz, 2. FIOCRUZ PI - Escritório Regional Fiocruz Piauí, 3. LACEN PI - Laboratório Central de Saúde Pública Dr. Costa Alvarenga, 4. UESPI - Universidade Estadual do Piauí, 5. LIVEDIH/IOC/FIOCRUZ RJ - Laboratório Interdisciplinar de Vigilância Entomológica em Díptera e Hemiptera da Fundação Oswaldo Cruz
jacenir@ioc.fiocruz.br

A Doença de Chagas (DC) é uma infecção tecidual hematológica causada pelo protozoário flagelado Trypanosoma cruzi e caracteriza-se como um importante problema de saúde pública, principalmente na América do Sul, devido à carga de morbimortalidade e a geração de impactos do ponto de vista psicológico, social e econômico. O estado do Piauí configura-se como uma região endêmica, onde se observa a manutenção da magnitude de distribuição de T. brasiliensis e T. pseudomaculata , que continuam sendo espécies com grande importância epidemiológica, devido aos maiores índices de infestação e colonização. Este estudo teve como objetivo avaliar a frequência de anticorpos IgG anti- Trypanosoma cruzi em pacientes atendidos no Laboratório Central de Saúde Pública do Piauí (LACEN-PI) no período de 2010 a 2017. O estudo é do tipo observacional, descritivo e retrospectivo, com coleta de dados secundários contidos no sistema informatizado GAL do LACEN-PI. Foram incluídos no estudo todos os pacientes reagentes para detecção de anticorpos IgG anti- T. cruzi através do Ensaio Imunoenzimático (ELISA) no período de 2010 a 2017. Das 3.152 amostras coletadas entre 2010 e 2017, a reatividade para anti- T. cruzi através do ensaio imunoenzimático foi de 11,4%. Destes casos, o ano de maior prevalência de reatividade para anti- T. cruzi foi 2014 com 24,9% e o ano de menor prevalência foi de 2016 com 7,7% de reatividade para anti- T. cruzi. No entanto, no ano de 2017 houve um aumento significativo resultando em um percentual de 15,2% de reatividade. Os dados referentes ao período de estudo mostram que a DC continua sendo um problema de saúde persistente no estado do Piauí, apesar da diminuição nos últimos anos devido às diversas práticas de controle da transmissão vetorial. O ELISA configura-se como um método altamente sensível e específico e permite pesquisar as subclasses de imunoglobulinas envolvidas na resposta imune direcionada contra o T. cruzi. Com isso, torna-se necessário a atuação conjunta dos serviços de sorologia e vigilância para a investigação dos casos, na identificação das formas de contágio e dos focos de vetores, para o adequado controle desse agravo no estado do Piauí.



Palavras-chaves:  Doença de Chagas, ELISA, Testes sorológicos, Trypanosoma cruzi