EXPRESSÃO DA ANEXINA-A1 EM LEUCÓCITOS NO SANGUE PERIFÉRICO E EM LESÕES DE PACIENTES COM HANSENÍASE
AFONSO BEZERRA RIBEIRO 1, CAROLINE MARQUES CALOI1, AMÍLCAR SABINO DAMAZO1
1. UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso
AFONSOBZR@HOTMAIL.COM

A hanseníase é uma doença infecciosa de múltiplos desfechos clínicos, patológicos e imunológicos. Desse modo, realizamos a quantificação das populações de leucócitos: polimorfonucleares, monócitos, células TCD4+ e TCD8+ e células T regulatórias (Treg) no sangue periférico de pacientes com hanseníase em todas as formas clínicas, comparando a controles sadios e avaliamos a expressão da proteína anexina-A1 (ANXA1) nas células epitelióides, histiócitos e no plasma. Foram selecionados 20 controles sadios e 70 pacientes com hanseníase sendo TT (n=13), BT (n=15), BB (n=13), BV (n=15) e VV (n=14). Sendo realizado biópsia na lesão e coletada amostras de sangue. Células TCD4+, TCD8+ e Treg foram determinadas por imunofluorescência. Para a análise dos níveis no plasma, utilizou-se dosagem por ELISA. Os percentuais dos leucócitos nos pacientes demonstraram que o número de neutrófilos estava reduzido em todos os tipos clínicos, quando comparados aos indivíduos controles. Os monócitos não sofreram alterações. Nas células TCD4+ houve uma redução nos pacientes TT, BT e BB. Nas células TCD8+ ocorreu uma redução em TT, BT, BB e BV. Nas células Tregs também ocorreu uma redução em TT, BT, BB e BV, quando comparado aos controles. Nas células epitelióides nos pacientes das formas TT, BT e BB evidenciamos por imunofluorescência uma marcação positiva da ANXA1, bem como nos histiócitos em BV e VV. Nos linfócitos TCD4+ a ANXA1 apresentou uma expressão menor em TT e BT quando comparados em BB, BV e VV. De modo semelhante, nos linfócitos TCD8+, os níveis de ANXA1 estavam aumentados em BV e VV, quando comparado aos grupos TT, BT e BB. A redução dos linfócitos circulantes pode ser um indicativo de migração celular decorrente da ativação da resposta imune, devido à presença de infiltrado celular e de bacilos nesses indivíduos sendo que nem sempre os pacientes apresentam um estímulo imunológico suficiente para conter o bacilo. Níveis da ANXA1 no plasma indicaram um aumento da liberação parácrina dessa proteína nos pacientes VV e reduzida em pacientes TT (p<0,001). Se levarmos em conta que a ANXA1 possui um papel inibidor da ativação celular, poderemos dizer que esses dados são condizentes com uma possível ação moduladora na resposta inflamatória frente ao processo infeccioso induzido pela Mycobacterium leprae levando a uma susceptibilidade nos pacientes VV e uma maior contenção do bacilo nos pacientes TT.

 

Palavras-chaves: Anexina-A1, Hanseníase, Histiócitos, Imunofluorescência, Leucócitos



Palavras-chaves:  Anexina-A1, Hanseníase , Histiócitos, Imunofluorêscia , Leucócitos