Incidência de infecção por HIV/AIDS na terceira idade. |
O HIV - Human Immunodeficiency Virus ou vírus da imunodeficiência adquirida – é um retrovírus da subfamília dos Lentiviridae . Causador da AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) é responsável por atacar o sistema imunológico, levando a depleção das células T CD4+. Desde a sua descoberta, há 35 anos, a maioria dos casos se expressa na população jovem/adulta, no entanto a incidência do vírus em pessoas da terceira idade, por via sexual, tem assumido níveis alarmantes nos últimos anos. Assim, o intuito desse estudo descritivo é constatar epidemiologicamente as infecções por HIV em idosos. Esse esteado em informações obtidas através do SINAN (Sistema de Informações de Agravos de Notificação) e do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/AIDS e das Hepatites Virais do Ministério da Saúde, além de dados da OMS (Organização Mundial da Saúde). O número de casos de idosos soropositivos no Brasil cresceu consideravelmente nos últimos anos. No período de 1980 a 2001 o número de pessoas com mais de 60 anos com diagnóstico de AIDS foi de 5.410 (média de 257,61 casos/ano) e de 2002 a 2014 foi de 17.861 (média de 1.488,41 casos/ano). Isso corresponde a uma variação de 577,77%, explicitando um grave aumento em um curto período de tempo. De acordo com o Ministério da Saúde, o índice de pessoas com mais de 65 anos infectadas com HIV aumentou 103% nos últimos 10 anos (2007-2017). Dados da OMS apontam que se esse ritmo se mantiver, em 2030, 70% da população acima dos 60 anos terá o vírus. A partir dos dados obtidos, é notório o aumento da incidência de infecções por HIV em idosos. Isso se deve à falta de informações e de hábitos quanto ao uso de preservativos na terceira idade, tendo em vista a não-existência desses no início das atividades sexuais dessas pessoas. Pesquisas ainda relatam o pensamento errôneo quanto à infecção: muitos acreditam que devido à idade avançada estão imunes às IST. Além disso, associado ao aumento da expectativa de vida, o uso de estimulantes têm prorrogado a atividade sexual de muitos idosos. Somado a esses aspectos, a banalização do prazer corporal na terceira idade tem corroborado para a escassez de informações, contribuindo para uma maior incidência de soropositivos nessa faixa etária. Assim, vê-se a necessidade de uma intervenção eficaz nesse revés. Para isso é preciso encarar o sexo na terceira idade como algo natural e, a partir disso disseminar conhecimentos e métodos preventivos para essa população. |