ESPOROTRICOSE ATÍPICA: LEVANTAMENTO DE CASOS
MAYSADORA MARIA SOBRAL MAYSADORA MARIA SOBRAL 1, GABRIELA CRISTINA DE FRANÇA1, CARLOS ALBERTO TIBURCIO VALERIANO1, MELYNA CHAVES LEITE DE ANDRADE1, FRANZ DE ASSIS GRACIANO DOS SANTOS1, MICHELLANGELO NUNES DA SILVA1, ARMANDO MARSDEN LACERDA FILHO1, REGINALDO GONÇALVES DE LIMA NETO1, OLIANE MARIA CORREIA MAGALHÃES1, REJANE PEREIRA NEVES1
1. UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
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A esporotricose, micose subcutânea, causada por fungos termodimórficos do complexo Sporothrix sp. Estes fungos são cosmopolitas e estão presentes no ambiente na forma sapróbia no solo, espinhos, plantas, dentre outros. A esporotricose acomete a pele, tecido subcutâneo e vasos linfáticos, podendo atingir humanos e animais, principalmente os gatos, onde o fungo assume a forma infectante aguda. A disseminação da doença se dá através de contato direto com os esporos do fungo por meio de ferimentos expostos, inoculação através de perfurações por arranhaduras e mordeduras do animal contaminado. E em casos mais raros, da inalação de esporos do fungo, o que é mais frequente em pacientes imunossuprimidos. Ela pode se apresentar nas formas cutânea localizada, cutâneo-linfática, cutânea disseminada e extracutânea. As lesões na superfície da pele comumente encontradas no rosto, braço e antebraço, são as manifestações clínicas mais evidentes da doença, mas além destas podem surgir inchaços, dores nas articulações, lesões nas mucosas, e, em casos mais graves o acometimento de órgãos internos e ossos. Atualmente, é uma micose de notificação obrigatória no estado de Pernambuco em vista do aumento de casos nesse estado. Assim, o objetivo deste trabalho foi apresentar um levantamento de casos de esporotricose que apresentaram localização atípica das lesões. Este estudo retrospectivo considerou os 856 pacientes atendidos de julho de 2017 a junho de 2018. O material biológico para análise consistiu em fragmentos do tecido lesionado e/ou exsudato linfático coletados no Ambulatório de Dermatologia do Hospital das Clínicas de Pernambuco. O diagnóstico foi realizado no Laboratório de Micologia Médica Sylvio Campos da UFPE. As amostras de tecido foram fragmentadas em seguida, inoculadas em pontos equidistantes em placas contendo Sabouraud Dextrose Ágar adicionado de cloranfenicol, incubadas por um período de 5 a 10 dias a temperatura de 25°C e 35°C, para verificação do termodimorfismo. Após o crescimento do fungo, foi realizado microcultivo para observação das características taxonômicas e identificação do agente etiológico. Do total de pacientes atendidos 220 (2,57%) foram diagnosticados com esporotricose, destes 120 (54,5%) apresentaram lesões de localização atípica como dorso, calcanhar, dedo e mão. Estes dados destacam a relevância do isolamento do agente etiológico para o diagnóstico da esporotricose, tendo em vista a localização atípica das lesões apresentadas.



Palavras-chaves:  Complexo Sporothrix sp., Fungos termodimórficos, Lesões atípicas