CARACTERIZAÇÃO DOS CANDIDATOS À DOAÇÃO DE SANGUE COM SOROLOGIA POSITIVA PARA HIV |
O Vírus da Imunodeficiência Humana, pode ser transmitido por via sexual, transmissão vertical e pela via parenteral. O processo de transfusão de sangue apresenta um risco e por isso, deve ser realizado de forma criteriosa, buscando garantir a segurança para o receptor e doador. O objetivo deste trabalho foi verificar a prevalência de HIV entre os candidatos à doação de sangue e estabelecer o perfil desses indivíduos. Foi realizado um estudo retrospectivo com abordagem quantitativa, utilizando os dados dos doadores que realizaram a triagem sorológica, nos anos de 2014 a 2016, na hemorrede cearense. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará sob o número de parecer 2.583.255. Os resultados mostraram que em 2014, dos 105.182 candidatos à doação de sangue, 170 apresentaram HIV positivo ou indeterminado na primeira triagem sorológica. Destes, 53 não retornaram e 117 retornaram para segunda triagem (32 tiveram diagnóstico confirmado para HIV e 85, negativo). Em 2015, dos 110.269 candidatos, 148 passaram para segunda triagem sorológica. Desses, 46 não retornaram para segunda triagem e 102 retornaram, sendo que 34 positivaram para HIV e 68, o diagnóstico foi negativo. E em 2016, dos 110.285 candidatos, 130 foram para segunda triagem sorológica. Destes, 65 não compareceram e 65 realizaram os exames, sendo que 17 positivaram para HIV e 48, negativaram. A prevalência de HIV foi de 0,03% (2014), 0,03% (2015) e 0,02% (2016). Em todos os anos, as variáveis faixa etária, gênero, cor da pele e estado civil prevaleceram. Assim, 56,3% (2014), 47,1% (2015) e 52,9% (2016) entre 17 e 29 anos; 78,13% (2014), 88,24% (2015) e 76,47% (2016) do gênero masculino; 84,38% (2014), 85,3% (2015) e 64,71% (2016) de cor morena/parda; 78,13% (2014), 73,53% (2015) e 58,82% (2016) solteiros. E, 65,62% (2014) com 3º grau; 58,82% (2015) e 82,36% (2016) com ensino médio. Correlacionando as variáveis, foi visto uma maior significância de HIV no sexo masculino que no feminino, em todos os anos, mostrando que para cada mulher infectada, 2 homens eram portadores do vírus (2014), 1 para 4 em 2015 e 1 para 8 em 2016. Não foi observada significância estatística para as demais variáveis estudadas. Conclui-se que a prevalência para HIV foi abaixo dos resultados relatados na literatura e que trabalho como esse é importante, pois possibilita o planejamento de ações de saúde pública voltado para as especificidades de cada hemocentro. |