RELATO DE CASO: NEURO-RETINITE SUBAGUDA UNILATERAL DIFUSA EM RECIFE
LUÍS ARMANDO VITORINO ALVES DE SOUZA GONDIM 1, JOSÉ ROBERTO SCALONE BARBOSA1, ARTHUR LOPES DO AMARAL OLIVEIRA FARIAS1, CAIKE LUCIANO SILVA GOMES1, LUCAS DANTAS DE OLIVEIRA1, LEONARDO MONTEIRO LAURIA1
1. UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau
l.armandovitorino@gmail.com

A Neuro-retinite Subaguda Unilateral Difusa é uma uveíte causada por um nematóide. É mais prevalente no paciente jovem e do sexo masculino, sem predomínio de raça. Não há um padrão definido de apresentação da doença, que é dividida didaticamente em duas fases clínicas: aguda e crônica. Dois tipos de nematóides estão envolvidos na gênese da doença, um de tamanho maior e outro menor. O nematóide menor permanece controvertida sua identificação como Toxocara canis ou Ancylostoma caninum , o nematóide maior foi identificado como o Baylisascaris sp . O objetivo deste trabalho é relatar um caso de Neuro-retinite Subaguda Unilateral Difusa diagnosticada na fase aguda com progressão para fase crônica posteriormente. Paciente sexo masculino, 37 anos, compareceu ao serviço no ano 2000 com queixa de baixa visual em olho esquerdo há 10 dias. Não apresentou queixas sistêmicas. Acuidade visual em OD = 1,0 e OE = 0,1. Pressão intra-ocular de 12 mmHg em ambos os olhos. A biomicroscopia em OD não evidenciou alterações e OE apresentava segmento anterior normal e corpo vítreo com células 1+ / 3+. A fundoscopia mostrou ausência de alterações em OD e, em OE, disco óptico com limites bem definidos e discreta palidez discal. Presença de lesões branco-amareladas no pólo posterior. A imunofluorescência para toxoplasmose foi negativa. ELISA para toxocaríase IgM e IgG negativos. A angiofluoresceinografia em OE evidenciou presença de lesões numulares, hipofluorescentes, por bloqueio, nas fases iniciais, que persistem durante todo o exame, assim como a impregnação discreta do disco óptico. Não foi evidenciada a larva à biomicroscopia. Foi administrado albendazol ainda durante a fase aguda, entretanto paciente progrediu para fase crônica evoluindo com atrofia óptica, degeneração retiniana difusa e estreitamento vascular. No Brasil, o histórico da doença é breve, sendo relatados poucos casos em Recife. As informações sobre a patogenia da doença são, em sua maioria, especulativas. Com isso, a suspeita clínica se baseia na história e no aspecto fundoscópico. É uma doença ocular importante que faz diagnóstico diferencial com várias uveítes de causas infecciosas. O tratamento consiste na fotocoagulação a laser, capaz de destruir o nematóide sem causar inflamação, apesar de simples, requer a tarefa árdua de se localizar o nematóide sub-retiniano.



Palavras-chaves:  Acuidade visual, Nematóide , Uveíte