ATIVIDADE DO PEPTÍDEO ANTIMICROBIANO FILOSEPTINA-P1 NA FORMAÇÃO DE BIOFILME DE ESCHERICHIA COLI ATCC 25922 |
Parte da flora intestinal de animais endotérmicos, Eschrerichia coli, quando em ambiente não autóctone ou em imunossupressão, é responsável por intoxicações alimentares, sendo a via fecal-oral o modo de transmissão mais comum. Isto faz da E. coli o principal organismo indicador de contaminação do solo, recursos hídricos e alimentos. Devido sua alta variabilidade genética, o tratamento com antibióticos não é indicado para as infecções brandas, que costumam durar entre 5 e 7 dias, por outro lado, em infecções severas associadas à diarreia o uso de antibióticos é aconselhado. Em consequência de sua alta capacidade de aderência às superfícies, a formação de biofilme contribui para a ocorrência destas infecções e dificulta sua erradicação. Desta forma, é necessária a busca por compostos que possam efetivamente sobrepor esta característica. O estudo tem como objetivo avaliar a supressão da formação de biofilme de Escherichia coli ATCC 25922 pelo peptídeo Filoseptina-P1 ( Pithecopus palliatus ). A formação de biofilme foi obtida mediante culturas bacterianas crescidas durante 18 h em meio Muller Hinton, diluídas em meio BM2 e alocadas em placa 96 poços, seguido pelo descarte do meio e lavagem dos poços por três vezes com água deionizada. As células aderidas à superfície da placa foram coradas com cristal violeta (0,01%) por 20 minutos, seguido de sua remoção e lavagem dos poços por duas vezes com água deionizada. O cristal violeta aderido às células foi solubilizado com 110 μL de etanol (60%) e levado para leitura em leitor de microplacas no comprimento de onda de 595 nm. As concentrações testadas variaram entre 31,25 µM e 0,48 µM em diluição seriada. A concentração inibitória de 50% da formação de biofilme (CIMB 50 ) foi de 1,95 µM e em 90% (CIMB 90 ) foi de 17,5 µM, sendo que a partir de 3,90 µM mais de 80% das células foram inibidas. Para o antibiótico Ampicilina, comumente empregado contra infecções por E. coli , a concentração recomendada varia entre 5,72 e 22,9 µM. Comparando-se à eficácia da Filoseptina-P1, esta necessita de menor concentração para obter êxito na inibição de E. coli , instigando maior compreensão sobre sua ação na formação de biofilmes. Por fim, o peptídeo Filoseptina-P1 se mostra promissor no combate à formação de biofilme de E. coli e mais estudos deverão ser realizados a fim de melhor elucidar suas interações moleculares. |