ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA INCIDÊNCIA DE SÍFILIS CONGÊNITA PRECOCE NAS DIVERSAS REGIÕES BRASILEIRAS
DANIELA MOLITOR DE SOUZA2, RAISSA ARAGÃO GOMES DA CUNHA 2, JORGE JOSÉ SOUSA PINTO2, ALLAN MALHEIROS STOLTEMBERG 2, CLARISSE VIEIRA DE ALMEIDA2, ARIANE PEREIRA DOS SANTOS2, HENRIQUE EDUARDO ROMÃO ARBOÉS2
1. HGT - Hospital Giselda Trigueiro , 2. UNP - Universidade Potiguar
danielamolitorsouza@gmail.com

A sífilis, causada pelo Treponema pallidum , transmite-se predominantemente por via sexual e tem clínica variada. A forma congênita ocorre por disseminação hematogênica via transplacentária, por gestante não tratada ou inadequadamente tratada, para o feto. Divide-se em precoce (até o segundo ano de vida) e tardia. O objetivo é comparar, por estudo epidemiológico descritivo, a partir do número de casos de sífilis gestacional, a incidência de sífilis congênita precoce em menores de 01 ano, em cada região brasileira, em 12 anos. Realizou-se coleta de dados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) do número de notificações de sífilis gestacional e congênita precoce no período de 2005-2016. Em seguida, calculou-se a incidência de sífilis congênita baseado nos casos de sífilis gestacional em cada região brasileira. Nesse período foram notificados 185.018 casos de sífilis gestacional no país. Destes, 127.390 (68,85%) causaram doença congênita precoce. Em número absoluto de sífilis gestacional, destaca-se a região sudeste (82.138), seguido do Nordeste (38.333), sul (26.561), norte (20.356) e centro-oeste (17.630). Quanto aos casos notificados de sífilis congênita, destaca-se a região sudeste (54.369), nordeste (40.853), sul (14.133), norte (11.118) e centro-oeste (6.917). Calculando-se a incidência de sífilis congênita com base nos casos de sífilis gestacional, tem-se uma mudança, com ênfase na região nordeste (incidência de 106,57%), seguido da região sudeste (66,19%), norte (54,61%), sul (53,20%) e centro-oeste (39,23%). Apesar dos números absolutos de casos de sífilis gestacional e congênita prevalecerem no Sudeste, o Nordeste foi a única região com incidência de sífilis congênita maior que a média nacional (68,85%). Tal fato reflete a subnotificação dos casos de sífilis gestacional nessa região e permite concluir que a proporção de casos de sífilis congênita é maior em áreas menos desenvolvidas. Este achado converge com os fatores sociodemográficos relacionados com a sífilis gestacional: pouca escolaridade, baixa renda e situação conjugal das mulheres. Diante disso, é necessária uma atenção ao pré-natal, realizando diagnóstico e tratamento eficaz da infecção, o que permitiria reduzir o número de casos e morbimortalidade perinatal. Além disso, a subnotificação apresentada na região nordeste é fator alarmante que exige ação dos profissionais responsáveis pelas notificações de tais agravos.



Palavras-chaves:  Diagnóstico, Gestantes, Sífilis