A INCIDÊNCIA DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO VALE DO SÃO FRANCISCO E ARARIPE - PE |
A Leishmaniose Visceral é uma zoonose de evolução crônica, que possui acometimento sistêmico e, se não tratada, pode causar óbito em até 90% dos casos. Os reservatórios podem ser raposa, gambá, rato doméstico e cachorro, sendo este o principal elo na cadeia de transmissão. A região Nordeste tem os maiores índices da doença, sendo considerada área endêmica com episódios de epidemia, principalmente na zona urbana (COSTA; PEREIRA; ARAÚJO, 1990). A importância das leishmanioses reside não somente na sua elevada incidência e ampla distribuição geográfica, mas também na possibilidade de assumir formas graves, com altas taxas de mortalidade nos casos não tratados de LV e alta morbidade nos casos de LT. A doença é registrada em todos os estados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), por intermédio do SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), buscando-se identificar sua expansão em amplitude e número de casos. O objetivo da pesquisa foi analisar através de uma análise retrospectiva, com abordagem descritiva e quantitativa a situação da Leishmaniose visceral nas regiões supracitadas no intervalo 2014-2017 com base nos casos notificados no banco de dados do DATASUS. Durante pesquisa comparativa, notou-se que em todos os anos houve prevalência das notificações na microrregião do Vale do são Francisco e do Araripe, configurando mais de 50% das notificações em todo o estado. Isso se torna preocupante, levando em consideração o desenvolvimento e a importância econômica da microrregião que é grande exportadora de frutas e possui alto valor empregatício. Do ano de 2014 ao ano de 2017 foram notificados 611 casos no estado de Pernambuco, sendo 323 apenas no vale do São Francisco/ Araripe, desse modo, há urgência de maior vigilância e ações mais efetivas nessas localidades. Para tal, são necessários projetos que visem o controle e a prevenção da doença, devendo estar ligados ao cotidiano da população a respeito da patologia, essas medidas devem ser tratadas como prioridade pela Secretaria Estadual de Saúde e devem ser consolidadas através de atividades que facilitem a compreensão da comunidade sobre o problema, além da doação de repelentes, telas e/ou mosquiteiros, muito importantes, também, são as melhorias nas condições de trabalho, moradia e infraestrutura, principalmente da população rural, que é mais exposta às formas mais agressiva. |