POSSÍVEL EFEITO SINÉRGICO DO IQG-607 EM TERAPIA COMBINADA COM RIFAMPICINA E PIRAZINAMIDA EM UM MODELO DE TUBERCULOSE EM CAMUNDONGOS |
Introdução: Novas moléculas que sejam ativas para o tratamento da tuberculose humana são urgentemente necessárias, sobretudo com o intuito de diminuir o período de tratamento e os efeitos adversos. Alguns estudos demonstraram a atividade promissora da molécula-líder IQG-607 em modelos in vitro e in vivo , utilizando macrófagos e camundongos infectados com Mycobacterium tuberculosis . Além disto, o perfil toxicológico desta molécula foi investigado, em animais. Neste trabalho, nós avaliamos a atividade da molécula IQG-607 quando combinada com pirazinamida e rifampicina, e comparamos com a atividade da molécula protótipo isoniazida, quando combinada com os mesmos fármacos, em roedores infectados. Métodos: Camundongos foram infectados com M. tuberculosis H37Rv e, após duas semanas, foram iniciados os tratamentos, pela via oral. Os grupos experimentais foram: I. não tratados, II. tratados com rifampicina (10 mg/kg) + pirazinamida (150 mg/kg), III. tratados com rifampicina (10 mg/kg) + pirazinamida (150 mg/kg) + isoniazida (25 mg/kg); IV. tratados com rifampicina (10 mg/kg) + pirazinamida (150 mg/kg) + IQG-607 (25 mg/kg). Após quatro semanas de tratamento, os pulmões e baços foram assepticamente retirados, homogeneizados e estas amostras foram semeadas para cultivo das bactérias remanescentes. Os resultados foram expressos como logaritmo do número de unidades formadoras de colônia (log CFU), em cada órgão. Resultados e Discussão: Nos pulmões, a média (± desvio padrão) de redução nas CFU após o tratamento com o esquema II foi de 2 (± 0,1) log CFU; já o grupos que continham isoniazida ou IQG-607 apresentaram redução de 1,9 (± 0,2) e 2,2 (± 0,2) log CFU, respectivamente. Nos baços dos animais, as diferenças foram estatisticamente significantes: enquanto o grupo tratado apenas com rifampicina e pirazinamida apresentou redução de 3,1 (± 0,2) log CFU, os grupos onde foram incluídas as moléculas isoniazida e IQG-607 reduziram 2,7 (± 0,2) e 3,9 (± 0,4), respectivamente. Estes resultados sugerem um possível efeito sinérgico da molécula IQG-607, quando combinada com rifampicina e pirazinamida, especialmente nos baços de camundongos. Conclusão: Diante destes resultados, podemos sugerir que a molécula IQG-607 pode ser uma molécula protótipo para futuras derivatizações. Estamos atualmente avaliando os possíveis metabólitos gerados após a administração de IQG-607 pelas vias oral e endovenosa, em roedores. |