POSSÍVEL EFEITO SINÉRGICO DO IQG-607 EM TERAPIA COMBINADA COM RIFAMPICINA E PIRAZINAMIDA EM UM MODELO DE TUBERCULOSE EM CAMUNDONGOS
VALNÊS DA SILVA RODRIGUES JUNIOR 1, ADILIO DADDA1, BRUNO ABBADI1, KENIA PISSINATE1, FERNANDA MACCHI1, PEDRO DALBERTO1, PEDRO BERGO1, TALITA DE FREITAS1, CRISTIANO BIZARRO1, MARIA MARTHA CAMPOS1, PABLO MACHADO1, DIÓGENES SANTIAGO SANTOS1, LUIZ AUGUSTO BASSO1
1. PUCRS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
valnesjunior@yahoo.com.br

Introdução: Novas moléculas que sejam ativas para o tratamento da tuberculose humana são urgentemente necessárias, sobretudo com o intuito de diminuir o período de tratamento e os efeitos adversos. Alguns estudos demonstraram a atividade promissora da molécula-líder IQG-607 em modelos in vitro e in vivo , utilizando macrófagos e camundongos infectados com Mycobacterium tuberculosis . Além disto, o perfil toxicológico desta molécula foi investigado, em animais. Neste trabalho, nós avaliamos a atividade da molécula IQG-607 quando combinada com pirazinamida e rifampicina, e comparamos com a atividade da molécula protótipo isoniazida, quando combinada com os mesmos fármacos, em roedores infectados.

Métodos: Camundongos foram infectados com M. tuberculosis H37Rv e, após duas semanas, foram iniciados os tratamentos, pela via oral. Os grupos experimentais foram: I. não tratados, II. tratados com rifampicina (10 mg/kg) + pirazinamida (150 mg/kg), III. tratados com rifampicina (10 mg/kg) + pirazinamida (150 mg/kg) + isoniazida (25 mg/kg); IV. tratados com rifampicina (10 mg/kg) + pirazinamida (150 mg/kg) + IQG-607 (25 mg/kg). Após quatro semanas de tratamento, os pulmões e baços foram assepticamente retirados, homogeneizados e estas amostras foram semeadas para cultivo das bactérias remanescentes. Os resultados foram expressos como logaritmo do número de unidades formadoras de colônia (log CFU), em cada órgão.

Resultados e Discussão: Nos pulmões, a média (± desvio padrão) de redução nas CFU após o tratamento com o esquema II foi de 2 (± 0,1) log CFU; já o grupos que continham isoniazida ou IQG-607 apresentaram redução de 1,9 (± 0,2) e 2,2 (± 0,2) log CFU, respectivamente. Nos baços dos animais, as diferenças foram estatisticamente significantes: enquanto o grupo tratado apenas com rifampicina e pirazinamida apresentou redução de 3,1 (± 0,2) log CFU, os grupos onde foram incluídas as moléculas isoniazida e IQG-607 reduziram 2,7 (± 0,2) e 3,9 (± 0,4), respectivamente. Estes resultados sugerem um possível efeito sinérgico da molécula IQG-607, quando combinada com rifampicina e pirazinamida, especialmente nos baços de camundongos.

Conclusão: Diante destes resultados, podemos sugerir que a molécula IQG-607 pode ser uma molécula protótipo para futuras derivatizações. Estamos atualmente avaliando os possíveis metabólitos gerados após a administração de IQG-607 pelas vias oral e endovenosa, em roedores.



Palavras-chaves:  IQG-607, desenvolvimento de fármacos, modelo murino